Fofocas e boatos são episódios banais que circulam em nosso dia a dia, onde minúcias são elevadas à máxima relevância, tendo como vetor o “diz-que-diz”, que são os mesmos das fofocas e dos os boatos. Sociólogos e Psicólogos pesquisam como esses fenômenos sociais operam na sociedade.
As diferenças básicas entre as fofocas e os boatos estão no conteúdo, nas motivações e nas dimensões que recebem essas ocorrências ao serem transmitidas. As fofocas envolvem um grupo seleto de interessados, e os boatos ocupam, um círculo maior de ouvintes, ambos são ávidos por maldizeres.
As fofocas são “zunzuns” da vida de outras pessoas, sobretudo quando os alvos não estão presentes, e os boatos são “invencionices” de fatos duvidosos. Hoje com a mídia sensacionalista e as redes sociais, as fofocas e os boatos ganharam canais de notícias danosos, que se multiplicam de forma viral, constrangendo todos os tipos de relações.
Podemos dizer que uma conversa entre duas pessoas cujo tema é uma terceira pessoa que não está presente ou quando duas pessoas falam sobre uma terceira que está ausente e a conversa tem ilações, rebuliços e preconceitos, isso é tipificado como fofoca.
Os boatos são usados por quem está numa posição de poder com a intenção de manipular a opinião de grupos. Alguns boatos são armados com o intuito de promover interesses do seus mentores. Esses boatos são “plantados” com frequência na política, na vida de famosos e na relações econômicas e sociais.
Mal-entendidos de notícias ainda geram boatos. Os boatos mais comuns têm sua origem em mitos existentes na memória social de um grupo: o medo do intoxicação alimentar, pânico da violência social, ameaças terroristas, entre outros. Tais mitos dão créditos aos boatos que são compartilhados coletivamente.
Para psicanálise as fofocas e os boatos têm no seu cerne – o ódio e a inveja – que são dirigidos a instituições ou pessoas, a fim de envenená-las e destruí-las. As fofocas e boatos são mecanismos de controle social à custa da ruína dos outros nas relações humanas, um tipo de fascismo que impõe julgamentos morais, sem direito a defesa.
Em algumas situações no decorrer na vida, possivelmente, fomos vítimas dos “falatórios” das fofocas ou dos boatos. Porém, podemos evitar esses incômodos, como sugeriu a escritora Martha Medeiros: “Não fale, não conte detalhes, não satisfaça a curiosidade alheia. A imaginação dos outros já é difamatória que chegue.”
Em nossa sociedade líquida, o modo mais sólido e eficaz de diminuir os sintomas nocivos e neuróticos das fofocas e dos boatos é checar a versão verdadeira dos fatos, agindo com boa-fé evitam rumores, elevam a lucidez, mantém o bom senso e divulgação da boa informação.