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10 de maio – Dia Internacional de Atenção à Pessoa com Lúpus

O lúpus passou a ser mais conhecido quando personalidades como Selena Gomez, Lady Gaga e Astrid Fontenelle assumiram ser portadoras da doença.

Entendendo o Lúpus:

  • Trata-se de uma doença autoimune, ou seja, o sistema imunológico do paciente ataca o seu próprio organismo. Isso gera danos irreversíveis aos tecidos e órgãos e pode levar à morte prematura.2,3
  • A incidência de morte em pacientes com Lúpus que têm menos de 40 anos é 10 vezes maior do que a população em geral.4
  • O Lúpus está relacionado à predisposição genética e pode ser desencadeado por fatores hormonais e ambientais, tais como: luz solar, infecções e alguns medicamentos.5,6
  • A doença pode ser classificada de 3 formas. O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), no qual um ou mais órgãos internos são acometidos, o Lúpus Cutâneo, que é restrito à pele e o Lúpus Induzido por Drogas, que surge após a administração de medicamentos, podendo haver comprometimento cutâneo e de outros órgãos – há melhora com a retirada do medicamento que desencadeou o quadro.5,7
  • O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), é a forma mais séria da doença e também a mais comum afetando aproximadamente 70% dos pacientes com lúpus.8
  • Ele afeta principalmente as mulheres, sendo 9 em 10 pacientes, com risco mais elevado de início de LES durante a idade fértil.9
  • Sintomas desencadeados pela doença, como dores nas articulações, podem impedir atividades simples, como a prática de atividades físicas, e também a rotina de trabalho, com isso, mais de 50% dos pacientes param de trabalhar em até 15 anos após o diagnóstico de Lúpus.6,10,11
  • Não há cura para a doença, mas é possível controlar e conviver com ela com o acompanhamento médico regular.5,12

Incidência e Prevalência:

  • Globalmente o Lúpus afeta aproximadamente 40 pessoas a cada 100.000 habitantes.13
  • No Brasil, estima-se uma prevalência de 98 casos para cada 100.000 brasileiros, sendo aproximadamente 200 mil casos de Lúpus no país.1

Sintomas mais frequentes do LES:

O LES pode afetar qualquer órgão do corpo e os sintomas podem variar muito em termos de gravidade e de intensidade. Alguns dos sintomas mais comuns incluem: Fadiga debilitante, febre baixa, perda de apetite, queda de cabelo, inflamação nas articulações – sendo esta observada em mais de 90% dos pacientes. As lesões de pele mais características são manchas avermelhadas no rosto, conhecidas como “lesões em asa de borboleta”. Podem ocorrer ainda manifestações em outros órgãos como rins, pulmão, coração e cérebro.2,14

Diagnóstico:

O Lúpus é diagnosticado através da presença de um conjunto de sinais e sintomas e alterações em exames. O diagnóstico prematuro de LES é difícil devido aos sintomas não-específicos, como mal-estar, dor nas articulações ou fadiga. Os sinais externos da doença podem ser poucos.2,6

Tratamento:

Deve ser individualizado para cada paciente, dependendo das manifestações apresentadas. O médico reumatologista determinará o tratamento mais adequado, sendo que os objetivos incluem: reduzir a atividade da doença, tratar os sintomas e crises, reduzir os danos a órgãos. Um dos grandes desafios dos médicos é fazer um equilíbrio entre o tratamento dos sintomas e a minimização dos eventos adversos causados pelas medicações comumente utilizadas.6,11

Para se aprofundar sobre o tema leia também: Lúpus, imunidade e emoções

Referências bibliográficas

  1. SENNA, ER. et al. Prevalence of rheumatic diseases in Brazil: a study using the COPCORD approach. The Journal of Rheumatology, 31(3): 594-7, 2004.
  2. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Portaria 100, de 7 de fevereiro de 2013. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas: lúpus eritematoso sistêmico. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2013/prt0100_07_02_2013.html>. Acesso em: 11 abr. 2018.
  3. NOSSENT, J. et al. Disease activity and damage accrual during the early disease course in a multinational inception cohort of patients with systemic lúpus erythematosus. Lupus, 19: 949 – 956, 2010.
  4. BERNATSKY S. et al. Mortality in systemic lupus erythematosus. Arthritis Rheum, 54: 2550–7, 2006
  5. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA SUPERANDO O LÚPUS. Saiba mais sobre o Lúpus. Disponível em: <http://lupus.org.br/site/saiba-mais-sobre-o-lupus/>. Acesso em: 02 abr. 2018.
  6. BORBA, E.F. et al. Consenso de lúpus eritematoso sistêmico. Rev Bras Reumatol, 48(4): 196-207, 2008.
  7. MOTA, LMH. et al. Lúpus Induzido por Drogas – Da Imunologia Básica à Aplicada. Rev Bras Reumatol,  47(6): 431-7, 2007.
  8. Lupus Foundation of America. Statistics on Lupus. Disponível em: https://resources.lupus.org/entry/facts-and-statistics Acesso em: 02 maio 2018.
  9. D’CRUZ, DP. et al. Systemic lupus erythematosus. Lancet, 369(9561): 587-96, 2007.
  10. KATZ, P. et al. Disability in value life activities among individuals with systemic lupus erythematosus. Rheumatology (Oxford), 52(9): 465-73, 2008.
  11. YELIN, E. et al. Work dynamics among persons with systemic lupus erythematosus. Arthiritis Rheum, 57(1): 56-63, 2007.
  12. SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA. Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) – Cartilha da SBR, 2011. Disponível em: <https://www.reumatologia.org.br/pacientes/orientacoes-ao-paciente/lupus-eritematoso-sistemico-les-cartilha-da-sbr/>. Acesso em: 19 abr. 2018.
  13. RAHMAN A. et al. Systemic lupus erythematosus. N Engl J Med, 358: 929–39, 2008.
  14. GALLOP, K. et al. Development of a conceptual model of health-related quality of life for systemic lupus erythematosus from the patient’s perspective. Lupus, 12: 934-43, 2012.

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