Imagine ser capaz de sentir tudo que outra pessoa está sentindo – o seu prazer e sua dor. Ou ser convencido, apesar de todas as evidências em contrário, que você está morto, ou até mesmo confundir o rosto das pessoas mais próximas com objetos, como um chapéu, por exemplo. Estas são apenas algumas das doenças mais estranhas do cérebro humano, que têm assolado um conjunto raro de pessoas ao longo dos anos em todo o mundo. O clássico livro de Oliver Sacks “O homem que confundiu sua mulher com um chapéu” apresenta algumas das doenças mais estranhas do cérebro que algumas pessoas sofrem, mas isso é apenas a ponta do iceberg.
Mr. B era um professor aposentado de 65 anos de idade, sem histórico familiar de doença mental, quando de repente começou a se sentir mau humorado, deixou de ser capaz de sentir prazer, passou a dormir e comer menos e desenvolveu sentimentos de inutilidade. Mais tarde, ele começou a ter delírios de que seus órgãos haviam parado de trabalhar e que sua casa ia desmoronar. Depois de uma tentativa de suicídio, ele começou a acreditar que estava morto.
Esse homem sofria de uma condição conhecida como síndrome de Cotard (ou síndrome do cadáver ambulante), em que um paciente pensa que está morto. Contraintuitivamente, em mais de metade dos casos, esses pacientes também pensam que são imortais. O tratamento para a doença pode incluir medicamentos antidepressivos, antipsicóticos ou eletroconvulsoterapia.
O escritor e neurologista Oliver Sacks conta a história de um homem que “confundiu sua mulher com um chapéu”. Ele sofria de uma condição em que não podia reconhecer rostos, conhecida como prosopagnosia, ou cegueira facial. (O próprio Sacks tem uma versão moderada da doença).
Dependendo da gravidade do caso, uma pessoa pode ter dificuldade em reconhecer rostos familiares, confundir rostos de estranhos ou até mesmo confundir um rosto com um objeto. Algumas pessoas com prosopagnosia não podem sequer reconhecer sua própria face. A condição é geralmente causada por um acidente vascular cerebral, mas cerca de 2,5% das pessoas podem nascer com ela.
Em uma episódio do programa Invisibilia, da rede estadunidense de rádio NPR, uma mulher que pediu o anonimato relatou que quando ela vê as pessoas sendo abraçadas, ela se sente como se estivesse recebendo um abraço. Quando ela vê alguém se machucar, ela sente dor no mesmo lugar atingido. E ela não pode assistir as pessoas comerem, porque sente como se estivessem empurrando comida em sua boca.
Esta pessoa sofre de uma condição rara chamada sinestesia espelho-toque, que faz com que ela chegue fisicamente a “sentir” o que os outros ao seu redor estão sentindo. Embora ela tenha nascido desta forma, outras pessoas adquiriram esta capacidade depois de ter um acidente vascular cerebral ou um membro amputado (o que pode levar a sensações em um membro “fantasma”). O primeiro caso desta condição foi relatado em 2005, e houve apenas um punhado de outros relatos desde então.
Após o parto, uma mulher de 36 anos de idade desenvolveu a ilusão de que seu filho e outros membros da família tinham sido substituídos por impostores. A ilusão persistiu por cinco anos, e todos os tratamentos médicos tentados falharam. Finalmente, a mulher foi submetida à eletroconvulsoterapia (tratamento no qual choques elétricos são transmitidos através do cérebro para induzir uma convulsão), e seus sintomas psiquiátricos diminuíram.
A mulher sofreu do que é conhecido como o delírio de Capgras ou síndrome de Capgras, na qual você acha que seus entes queridos foram substituídos por impostores, robôs ou alienígenas. Ela geralmente ocorre em pacientes com esquizofrenia paranoica, mas também tem sido observada em pacientes com lesão cerebral ou demência. É também mais comum em mulheres do que em homens (em uma proporção de 3 para 2).
Uma mulher de 82 anos de idade sofreu um acidente vascular cerebral e, depois da recuperação, que durou de cerca de seis semanas, ela relatou que seu braço esquerdo não pertencia a ela. Em vez disso, ela estava convencida de que o membro pertencia a seu irmão, que estava com ela quando ela teve o acidente vascular cerebral. Ela sentia que o braço não fazia o que ela queria fazer.
Este foi um caso de síndrome da mão alienígena, uma doença neurológica rara, onde os movimentos dos membros de uma pessoa acontecem sem o seu controle, fazendo-lhes sentir que eles não pertencem a ela. Às vezes, o paciente pode pegar objetos com a mão alienígena e usar sua mão saudável para conter o movimento. A condição pode ser causada quando as conexões entre dois hemisférios do cérebro são cortadas, mas também pode acontecer após um acidente vascular cerebral ou outra lesão cerebral. Apenas cerca de quatro dezenas de casos de síndrome da mão alienígena foram relatados.
Depois de um acidente vascular cerebral, algumas pessoas podem começar a ignorar metade do seu mundo, de acordo com alguns relatos. Uma paciente, por exemplo, deixava de comer metade da comida no seu prato, apesar de ainda estar com fome. Ou desenhar um mostrador de relógio que mostra apenas os números 12 a 6.
A mulher sofria de uma condição conhecida como negligência unilateral, que acontece quando um dano ao hemisfério cerebral faz com que a pessoa perca a consciência de um lado do espaço à sua volta. A pessoa não pode mais ver ou processar informações recebidas daquele lado do corpo ou do ambiente (geralmente o lado oposto da lesão cerebral).
Um homem de 65 anos chamado apenas de MX de repente perdeu a capacidade de evocar imagens das coisas em sua mente depois de uma cirurgia de angioplastia coronária. Em questionários, ele relatou não ser capaz de visualizar as imagens, apesar do fato de ter se saído normalmente em testes padrão de percepção, imaginação visual e memória visual.
Depois que os pesquisadores relataram isso, mais de 20 outras pessoas entraram em contato para dizer que tinham a mesma incapacidade de imaginar coisas no cérebro, no chamado “olho da mente”. Embora não seja ainda uma condição neurológica reconhecida, os cientistas eloquentemente apelidaram o fenômeno de “afantasia”, expressão que remonta a expressão grega para imaginação.
Um alemão saudável foi a Jerusalém para estudar o judaísmo, em busca da religião ‘verdadeira’. Mas acabou tendo um episódio psicótico na Igreja do Santo Sepulcro, uma igreja construída no local onde imagina-se que Jesus tenha sido crucificado e enterrado.
Segundo os pesquisadores, esse homem pode ter sofrido da síndrome de Jerusalém, um fenômeno no qual os visitantes da cidade santa desenvolvem delírios religiosos e ideias psicóticas. Psiquiatras israelenses informaram em 2000 que 1.200 turistas tinham sidos admitidos no Centro de Saúde Mental de Kfar Shaul, na cidade, com “graves problemas mentais gerados em Jerusalém” entre 1980 e 1993.
O estudo foi criticado porque não mencionou nada sobre quem tem o risco de sofrer com a doença, nem como preveni-la.
Um homem indiano de 57 anos de idade foi ao médico reclamando que quatro vezes nos últimos dois anos ele havia sido acordado do sono por um “piscar” de som no lado direito de sua cabeça, que ele descreveu como “explosões na minha cabeça”.
Na verdade, esta é uma condição real, conhecida como Síndrome da Cabeça Explosiva. As pessoas com este problema raro percebem um grande estrondo, como uma bomba explodindo, um tiro, ou algum outro ruído ensurdecedor que parece se originar dentro do cérebro. Isso não causa nenhuma dor, inchaço ou outro desconforto físico. Especialistas não sabem o que faz isso acontecer, mas o estresse e a fadiga parecem desempenhar um papel importante. Não se sabe o quão comum este distúrbio é, mas alguns estudos sugerem que pode ser comum em estudantes universitários.
Uma mulher irlandesa de 39 anos de idade sofreu um derrame e perdeu a capacidade de falar. Conforme se recuperava, no entanto, ela começou a falar com o que soava como um sotaque francês. Ela nunca tinha vivido fora da Irlanda, e inglês era a sua língua nativa.
A mulher foi diagnosticada com síndrome de sotaque estrangeiro, um distúrbio de fala raro geralmente causado por um acidente vascular cerebral. Também já houve relatos deste distúrbio resultantes de trauma ou doença mental, ou mesmo sendo desenvolvido espontaneamente. Houve 62 casos relatados desta doença entre 1941 e 2009. [Science Alert]
TEXTO ORIGINAL DE Hypescience
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