Esclareça suas dúvidas sobre o diagnóstico e o tratamento desse transtorno e saiba por que é fundamental detectá-la o quanto antes.
1. O que é autismo?
Trata-se de um distúrbio que afeta o desenvolvimento da criança já nos três primeiros anos de vida, especialmente em determinados aspectos:
2. Existem diferentes graus de autismo?
Algumas crianças manifestam sintomas mais brandos, enquanto em outras eles aparecem de maneira mais agressiva. Há casos em que há também uma associação com outras enfermidades, como deficiência mental, distúrbio alimentar, do sono ou transtorno obsessivo-compulsivo. Diante de tantas variáveis, fica difícil classificar os graus de autismo com precisão.
3. Como é o diagnóstico? Como posso saber se meu bebê é autista?
Cabe a um psiquiatra ou neurologista infantil a tarefa de identificar o autismo com base em avaliações clínicas, a partir da observação do comportamento do pequeno e dos relatos familiares. Não existem testes laboratoriais capazes de apontar a alteração.
É por volta dos 3 anos de idade que as características do transtorno se tornam mais evidentes. Atualmente, alguns pesquisadores tentam identificar sinais precoces em bebês, antes mesmo de completarem 1 ano de vida. Algumas características que fazem soar o alarme de risco são:
É importante ressaltar que esses sinais são apenas indicativos de que algo não vai bem com o seu bebê. Ao notar algum deles, a ordem é buscar o auxílio profissional.
4. O que desencadeia o transtorno? Fatores hereditários, metabólicos ou o problema ocorre ao acaso?
Embora ainda não haja estudos conclusivos, sabe-se que existe um componente genético relacionado a essa desordem. Também se desconfia que o problema esteja relacionado a infecções virais contraídas pela mãe durante a gestação.
5. O distúrbio é mais frequente em meninos ou meninas? Por quê?
O autismo é mais comum em meninos. A cada três ou quatro autistas, apenas um é do sexo feminino.
6. Existe tratamento? Como funciona?
Sim. O tratamento pode envolver desde o controle com remédios até acompanhamento fonoaudiológico, psicológico e terapia ocupacional. O sucesso depende dos seguintes fatores:
7. Meu filho vai se desenvolver normalmente?
Não é possível prever. Os pais devem sempre se esforçar para identificar as potencialidades de seu filho, encorajando-o a enfrentar desafios como qualquer criança. Não é recomendado adotar uma postura superprotetora.
Há casos de indivíduos que conseguiram uma boa evolução nas áreas cognitiva, afetiva, social e motora. Além disso, tiveram escolarização regular – com ou sem adaptação curricular – e obtiveram uma realização profissional.
8. Como funciona o aprendizado de uma criança autista na escola?
Não há um padrão, mas os portadores da disfunção podem enfrentar entraves em certas disciplinas. Muitos conseguem acompanhar uma escolarização regular, sem adaptações. Outros necessitam de modificações curriculares devido à dificuldade de assimilar conteúdos inerentes a certas áreas de conhecimento, como matemática e português.
9. Como uma criança autista se relaciona como com os pais? É carinhosa como as demais?
Apesar de não demonstrar afeto da mesma maneira que as outras crianças, isso não significa que o autista não ame seus pais. Ele simplesmente se expressa de maneira diferente. O convívio permite que a família aprenda a identificar essas manifestações peculiares de carinho.
10. Qual a prevalência do autismo?
Nos Estados Unidos, a incidência é de um autista a cada 110 indivíduos. Já no Brasil, infelizmente, os estudos epidemiológicos não fornecem dados precisos.
Fontes:
Cíntia Guilhardi, Claudia Romano e Leila Bagaiolo, psicólogas e diretoras do Grupo Gradual, instituição voltada para o tratamento e a inserção da criança autista na sociedade; Fernanda Braga de Araújo, psicóloga, psicanalista, diretora educacional da Trilha – Unidade de Integração, escola de educação dedicada ao ensino de crianças especiais, em São Paulo.
Texto original de M de Mulher
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