Com a pandemia de coronavírus, as poulações da maioria das nações do mundo está em estado de alerta. Para informar e orientar pacientes com câncer sobre as principais medidas voltadas para eles, o Instituto Oncoguia criou um roteiro de perguntas mais comuns e algumas enviadas por voluntários. Todas elas foram respondidas por profissionais de saúde com base nas recomendações da OMS para que todos possam se prevenir neste período. Confira!
PREVENÇÃO
Quais cuidados as pessoas que moram conosco [pacientes oncológicos] precisam ter?
Parentes ou pessoas próximas de pacientes com câncer devem evitar contato com os pacientes oncológicos em caso de qualquer sintoma suspeito de gripe. Pessoas próximas também devem evitar contato com terceiros que tenham suspeita ou infecção confirmada pela COVID-19.
Existe um tipo correto de álcool gel que seja eficiente na prevenção da COVID-19?
O álcool em gel comercializado em farmácias tem composição de álcool etílico a 70%, que é o recomendado. É importante checar a composição antes de comprar. Higienize regularmente as mãos com álcool gel 70% ou água e sabão. Higienizar as mãos elimina o vírus.
Quais são as medidas preventivas que precisamos tomar?
Tenho consulta agendada para os próximos dias. O que faço?
A recomendação até o momento é de adiar consultas e exames muito simples ou de rotina, reduzindo a exposição. É importante também evitar visitas hospitalares e, se possível, não levar muitos acompanhantes em consulta. Evite ir na emergência por problemas simples.
Devo interromper meu tratamento oncológico?
Não interrompa sob NENHUMA HIPÓTESE seu tratamento oncológico. Converse com seu médico sobre a melhor forma de você continuar realizando o seu tratamento sem correr riscos.
Existe alguma medida extra para prevenir o contágio, como tomar vitaminas, chás de vó, alimentação, remédios para aumentar a imunidade?
Não. Até o momento não há vacinas nem medicamentos específicos para prevenir ou tratar o COVID-19.
Existe algo que eu possa e que seja necessário fazer, por ser paciente de câncer de pulmão, além do que já vem sendo noticiado como medida de prevenção (vacina para evitar pneumonia, por exemplo)?
Não. Até o momento não há vacinas nem medicamentos específicos para prevenir ou tratar o COVID-19. A vacina da gripe protege somente contra o vírus Influenza. A vacina pneumocócica conjugada 13-valente previne doenças causadas pelo Streptococcus pneumoniae, como pneumonia e meningite. Se você está pensando em tomar alguma vacina, converse com seu médico antes para saber qual o melhor momento para tomá-la.
USO DE MÁSCARAS
Para nós, pacientes com baixa imunidade, é necessário usar máscara para sair de casa, considerando que sempre estamos em ambiente hospitalar, ou ainda não é o momento?
Pacientes sem sintomas respiratórios, como tosse e falta de ar, não precisam usar máscara. A OMS recomenda o uso de máscaras para pessoas que apresentam sintomas da COVID-19 e para aqueles que cuidam de indivíduos com sintomas e suspeita de COVID-19.
Qual a máscara correta a ser usada?
Quando necessário, a máscara utilizada deve ser a cirúrgica (aquela que usamos em hospitais). Reforçando que a recomendação da OMS é para que apenas pessoas com sintomas da COVID-19 e aqueles que cuidam de indivíduos com sintomas e suspeita de COVID-19 usem a máscara.
Vou fazer uma viagem curta (SP/RJ) de avião devo usar máscara?
O ideal é que as viagens sejam temporariamente canceladas. Se não houver alternativa e você precisar viajar neste momento, o uso de máscara não é necessário em pessoas que não apresentam sintomas respiratórios, como tosse e falta de ar.
O uso da máscara N95 em ambientes lotados é eficaz?
Apenas pessoas que apresentam sintomas da COVID-19 e para aqueles que cuidam de indivíduos com sintomas e suspeita de COVID-19.
Pacientes/ex-pacientes devem ficar em casa/de quarentena/ longe da rua? E se sair, tem que usar máscara?
O isolamento respiratório domiciliar é indicado para:
BAIXA IMUNIDADE
Shows, festas e lugares com muita gente estão proibidos para quem está imunossuprimida?
Os pacientes com câncer devem evitar ambientes fechados e principalmente aglomerações, além de evitar contato com qualquer pessoa que tenha sintomas gripais e/ou que esteja em investigação para possível infecção pelo coronaírus. Devem também evitar contato com pessoas que estejam chegando do exterior, com ou sem sintomas gripais.
Como ficam as sessões de quimioterapia?
A orientação é para que os pacientes não interrompam seus tratamentos oncológicos. Caso apresente sintomas sugestivos de infecção pelo coronavírus, como febre, coriza, tosse seca e falta de ar, entrar em contato imediato com seu médico ou procurar um serviço de saúde.
O que devem fazer pacientes com câncer diagnosticados com a COVID-19 em tratamento radioterápico?
Neste caso, é preciso, juntamente com seu médico, avaliar a possibilidade de interrupção temporária do tratamento analisando os riscos oncológicos desta decisão. Segundo a Sociedade Brasileira de Radioterapia, se for possível a interrupção temporária, o paciente deve aguardar a recuperação clínica para retomar o tratamento. Se não for possível, é preciso organizar um esquema especial para seguir com o tratamento separadamente e com a equipe devidamente paramentada; agrupar pacientes infectados e separá-los de pacientes não infectados e manter o paciente com COVID-19 com máscara cirúrgica durante todo o tratamento, com substituição da mesma a cada duas horas.
Paciente com imunidade baixa (em que grau) tem mais risco?
Entre os pacientes com câncer, os que têm maior risco de desenvolver a forma grave da infecção pelo COVID-19 são: aqueles com neoplasias hematológicas (como leucemias, linfomas e mieloma múltiplo); aqueles que passaram por transplante de medula óssea e aqueles em tratamento com quimioterapia.
Como fica pra quem faz imunoterapia?
Não temos dados sobre a implicação da imunoterapia em pacientes que se infectam com o COVID-19. A orientação é que esses pacientes procurem o serviço de saúde ou conversem com seu médico caso apresente sintomas suspeitos como febre, coriza, tosse seca e falta de ar.
GRUPOS DE RISCO
Paciente que já passou pelo tratamento oncológico é considerado paciente de risco?
Pacientes que estão sem evidência de doença e que não estão em tratamento oncológico têm o risco aproximado de uma pessoa da mesma idade que não teve câncer.
Existe tipo de câncer (por exemplo no aparelho respiratório) cujo risco é aumentado?
Entre os pacientes com câncer, os que têm maior risco de desenvolver a forma grave da infecção pelo COVID-19 são aqueles: com neoplasias hematológicas (como leucemias, linfomas e mieloma múltiplo); aqueles que passaram por transplante de medula óssea e aqueles em tratamento com quimioterapia.
O fato de eu ter câncer de pulmão me torna mais suscetível a ser um dos casos mais graves da doença?
Não. Entre os pacientes com câncer, os pacientes que têm maior risco de desenvolver a forma grave da infecção pelo COVID-19 são aqueles: com neoplasias hematológicas (como leucemias, linfomas e mieloma múltiplo); aqueles que passaram por transplante de medula óssea e aqueles em tratamento com quimioterapia.
SINTOMAS
A quais sintomas devemos ficar atentos?
Pacientes com câncer devem procurar o serviço de saúde ou conversar com seu médico caso apresentem sintomas suspeitos como febre, coriza, tosse seca e falta de ar.
MITOS E VERDADES
É verdade que o Coronavírus sempre existiu?
Coronavírus é o nome de uma grande família de vírus conhecida desde 1960. Eles causam infecções respiratórias e já provocaram outras doenças, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS). A doença causada pelo novo coronavírus recebeu o nome de COVID-19. Ela foi descoberta no final de dezembro de 2019, na China.
Ele poderá vir numa forma modificada nos próximos anos?
Sim. Coronavírus é o nome de uma grande família de vírus conhecida desde 1960. Eles causam infecções respiratórias e já provocaram outras doenças, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS).
É verdade que o vírus não sobrevive em temperaturas de 34 graus?
Não temos dados sobre como o vírus se comporta em diferentes temperaturas. Porém, caso suspeite que uma superfície pode estar infectada, limpe-a com um desinfetante simples para matar o vírus e proteger a si e aos outros. Higienize as mãos com álcool gel a 70% ou água e sabão. Evite tocar nos olhos, boca ou nariz.
PANORAMA DA DOENÇA NO BRASIL
Quem tem viagem pro exterior deve cancelar por possível fechamento de fronteiras?
O ideal é que as viagens sejam temporariamente canceladas. Durante o período crítico de infecção do COVID-19, a recomendação do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), é que se evite as viagens não essenciais para os destinos nível 3 que (até o momento) são: China, Irã, Coreia do Sul, Áustria, Bélgica, República Tcheca, Dinamarca, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Islândia, Itália, Letônia, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Holanda, Noruega, Polônia, Portugal, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Suécia, Suíça, Mônaco, San Marino, Cidade do Vaticano.
VACINAS
A vacina de gripe quadrivalente (cepa 2020) ou a pneumococo pode amenizar as complicações do Covid-19?
A vacina da gripe protege contra o vírus Influenza e a vacina pneumocócica conjugada 13-valente previne doenças causadas pelo Streptococcus pneumoniae, como pneumonia e meningite. A importância da vacinação é para prevenção de doenças que podem confundir com a infecção do COVID-19.
Para quem tem DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) existe a necessidade de tomar a pneumococo novamente?
A indicação deve ser discutida individualmente com o seu médico, pois depende do tratamento e do grau de imunossupressão de cada paciente.
CUIDADOS E RECOMENDAÇÕES ESPECÍFICAS PARA PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA (Fonte: Sociedade Brasileira de Mastologia)
Estou em tratamento de um câncer de mama, preciso ficar alerta?
Sim. Mulheres com diagnóstico atual de câncer de mama e que estejam em tratamento (principalmente quem realizou cirurgia recentemente ou está passando por sessões de quimioterapia e radioterapia) são consideradas vulneráveis por apresentarem uma certa deficiência imunológica e precisam redobrar os cuidados no seu dia a dia para evitar o contágio do novo coronavírus.
Por que preciso me preocupar?
Nas próximas semanas, o número de casos de COVID-19 (doença provocada pelo Coronavírus) deve aumentar e as pacientes que estiverem nessas condições devem seguir rigorosamente as recomendações de prevenção da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde.
Quais as principais recomendações?
Primeiro passo é: evite o pânico, basta seguir as recomendações e já reduz o risco.
Evite beijo, abraço e aperto de mão. É preciso mudar esse hábito por um ano. Todos vão entender a necessidade de cumprimentar apenas com um sorriso à distância.
Evite visitar idosos acima de 60 anos, um dos principais grupos de risco.
Lave sempre as mãos e procure não tocar o rosto. Lave frequentemente, esfregando água e sabão por um tempo maior, esfregue a palma da mão e as unhas, feche a torneira e abra a maçaneta com um pedaço de papel.
Higienize também as mãos com álcool gel 70%.
Cubra o rosto quando tossir. Dê preferência usando os ombros ou braços.
Evite aglomerações. Se puder permaneça em casa, evite locais fechados, com muitas pessoas. Prefira fazer home-office, se for possível.
No caso de sintomas que lembrem uma gripe é preciso procurar atendimento médico para uma avaliação mais detalhada.
Posso tomar medidas para cuidar ainda mais da minha imunidade?
Sim. Algumas iniciativas também ajudam a melhorar a imunidade, como se alimentar bem e de forma saudável, dormir bem de 7 a 8 horas por noite, praticar exercícios físicos leves ou moderados de forma regular (evitando aglomerações), ter o peso adequado, evitar o estresse e não consumir bebidas alcoólicas.
Pacientes em hormonioterapia também seguem as mesmas recomendações?
Não. Mulheres que estejam passando pelo tratamento de hormonioterapia são consideradas com saúde normal e devem seguir as mesmas orientações de prevenção da população em geral.
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Adaptado por Destaques Psicologias do Brasil do original de Oncoguia.
Foto destacada: Reprodução.
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