A violência psicológica deixa marcas não só mentais, mas também físicas. Prova disso são doenças que a ciência considera como complexas de tratar, já que são enfermidades que não obedecem a causas ou origens possíveis de serem eliminadas com algum medicamento da farmácia.
Embora sabemos que o corpo e a mente formam uma unidade, na prática costumamos vê-lo como algo separado. Porém, tudo o que afeta as emoções transforma diretamente o organismo. E um fenômeno tão impactante quanto a violência psicológica não pode ser tratado com menosprezo.
Existe um mito muito divulgado, infelizmente, que afirma que a violência psicológica é menos importante e com consequências menos profundas que a física. É evidente que não é assim. E pior que isso, é que as marcas da violência psicológica podem ser tão graves quanto a da física. A seguir falamos de 3 sinais mais importantes que a violência psicológica deixa no corpo.
“Você mesmo, tanto quanto qualquer outro ser no universo, merece seu amor e afeto.” – Buda
1. Gastrite nervosa: Uma possível marca da Violência psicológica.
A gastrite é a inflamação da mucosa gástrica, aquela “capa” que envolve o estômago por dentro. Os principais sintomas dessa doença são a dor abdominal aguda, uma sensação de ardor na barriga e muita acidez estomacal. Tais sintomas podem ser incapacitantes.
Este tipo de gastrite está acompanhada por alguns sintomas emocionais. Os mais visíveis são a inquietude, preocupação, estresse, nervosismo e tensão. A principal causa desse “combo” de sentimentos é chamada de ansiedade generalizada, com suas múltiplas características.
A gastrite nervosa é em muitos casos uma marca física da violência psicológica que a pessoa se auto-inflige. Há uma auto-exigência muito alta e isso conduz a uma constante tensão emocional. Desencadeando um episódio de estresse e, com o tempo, conduz ao sentimento ansioso generalizado. O afetado não escuta o que diz seu corpo. Se agride e causa dano a si mesmo, muitas vezes sem se dar conta.
A hipertensão é outra dessas consequências que podem derivar da violência psicológica. O ser humano vem filogeneticamente preparado para reagir diante das situações de perigo. Tanto seu corpo, como sua mente, respondem ao perigo desencadeando reações que buscam a preservação da vida.
A pressão arterial se eleva quando há um sinal de perigo e o corpo deve se preparar para defender-se ou buscar ajuda. Quando o perigo desaparece, a tensão volta ao seu ritmo normal. Se o perigo está na mente, então se experimenta uma situação de risco constante, que, por sua vez, faz que a pessoa mantenha uma tensão alta para poder se manter alerta.
Quem se sente atacado ou menosprezado constantemente tende a ter predisposição para desenvolver hipertensão. Em outras palavras, quem permanece em uma posição defensiva diante de uma situação de violência psicológica sofrida. A hipertensão é comum em pessoas que continuam em situações conflituosas e, muitas vezes, perigosas para sua integridade.
Os derrames oculares são essas hemorragias que as vezes aparecem na parte branca do olho ( esclerótica). O usual é que este tipo de hemorragias não produção basicamente nenhum sintoma. Não doem, não afetam a visão nem tampouco ocasionam moléstias no olho. Simplesmente aparecem um dia qualquer e logo vão sumindo. A ciência desconhece a causa pela qual isto se produz. No entanto, há algumas hipóteses a respeito.
Do ponto de vista psicossomático, o derrame ocular pode falar de violência psicológica. Podemos interpretar como um golpe emocional recebido na cara, mas cujas causas e consequências foram reprimidas. O corpo reage como se efetivamente tivesse recebido um golpe no rosto, mesmo que este não seja um golpe físico.
O derrame ocular pode ser interpretado como uma ferida por aquilo que foi visto ou se vê não necessariamente de maneira física. É uma forma que a mente tem de expressar, através do corpo, que está sofrendo com o panorama que contempla. Isto se dá em condições de violência psicológica.
Infelizmente, muitas vezes não se dá a mesma importância para a saúde emocional dada a saúde física, como se fosse possível separá-las e tivessem relevâncias distintas. Este é um erro grave. As experiências negativas, como a violência psicológica, não só leva a enfermidades físicas como também podem conduzir a morte. Neste sentido, cuidar das nossas relações é também preservar a nossa vida.
Este texto é uma tradução adaptada do original de Edith Sànchez para o site La Mente Es Maravillosa.
Imagem de capa: Shutterstock, por Dragana Gordic
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