Normalmente as pessoas se preocupam com as perguntas que devemos nos fazer para garantir um casamento feliz: se há afinidades, se as diferenças de temperamento poderão se tornar um problema no médio prazo e por aí vai. No entanto, mesmo depois de anos de convivência, na hora em que o relacionamento parece estar indo para o vinagre, pouca gente se dispõe a fazer um levantamento desapaixonado de prós e contras sobre a situação antes de partir para a separação. Será que há também um roteiro para se chegar a um diagnóstico mais isento sobre a relação? Foi o que o jornal americano “The New York Times” fez na semana passada, ouvindo especialistas de diferentes áreas. Das 11 perguntas selecionadas pela publicação, separei cinco que merecem uma boa dose de reflexão. Antes de procurar um advogado, vale se debruçar sobre esses temas, principalmente porque o estresse causado por uma separação só perde para a morte de um cônjuge.
O estresse causado por uma separação só perde para a morte de um cônjuge.
1) Você tem certeza de que suas preocupações e queixas sobre o relacionamento foram devidamente comunicadas? – a terapeuta de casal Sherry Amatenstein afirma que a maioria só ouve mesmo de 30% a 35% do que lhes é dito. E muitas vezes a pessoa prefere se calar e alimentar o ressentimento em vez de pôr todas as cartas na mesa. Isso inclui as expectativas em relação ao papel de cada um, como, por exemplo, quem vai ser o provedor da casa. Talvez ainda dê tempo de dizer ao outro o que está entalado na garganta.
2) Se há um meio de salvar o casamento, qual seria? – o exercício é proposto pelo reverendo Kevin Wright: faça uma coluna com a lista do que seria preciso para salvar a relação; e outra com o que sua mulher (ou marido) deveria fazer. Os dois têm que realizar o mesmo exercício separadamente. Talvez vocês descubram que concordam mais do que discordam e possam trabalhar nisso.
3) Você tem certeza de que será mais feliz sem a pessoa que está a seu lado? – a convivência é feita de inúmeros fatores. Às vezes o sexo está deixando a desejar, mas a companhia e a família superam a falta de intimidade física. A questão é: o que é mais importante na sua vida? Eventualmente, pode até existir amor, mas o dia a dia é um inferno e a separação pode ser o melhor caminho.
4) Qual é o seu maior medo ao terminar o relacionamento? – será que é ficar sozinho pelo resto da vida? Afastar-se dos filhos? Ser prejudicado profissionalmente? Ter clareza sobre os temores também influencia a decisão. De novo, trata-se de saber o que é mais relevante. É claro que a perspectiva de um divórcio aumenta o sentimento de fracasso, mas o pior é seguir em frente numa vida miserável a dois.
5) Você está preparado para o estresse financeiro e as mudanças na rotina que um divórcio traz? – a psicoterapeuta Nancy Colier diz que aconselha aos pacientes que pensem logo na questão material e façam uma previsão realista do baque nas finanças. De um dia para o outro você pode ter que se responsabilizar por pagamentos que nem acompanhava; ou ter que monitorar a vida escolar dos filhos.
Por último, mas não menos importante: quanto mais você souber sobre os motivos por que está se separando, mais chances terá de não repetir o erro numa próxima. “
Fonte indicada: G1
Imagem de capa: Roman Samborskyi/shutterstock
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