Por Dr Gail Gross para o BrasilPost
Você sai ou namora com o mesmo tipo de homem ou mulher há anos — controlador, dominador, manipulador –, e parece ser incapaz de romper com esse padrão. Seus amigos vivem querendo saber: “Por que você sempre se deixa atrair por pessoas desse tipo, quando eles a fazem tão infeliz?”
Algum desses ex-parceiros, ou todos, lembram alguém que faz parte de sua vida? Se você olhar bem, aposto que verá uma semelhança entre essas personalidades tóxicas e o primeiro relacionamento que você teve na vida com uma pessoa do sexo oposto — normalmente sua mãe ou seu pai.
Nossos relacionamentos muitas vezes são baseados em materiais projetados. Gravitamos na direção de pessoas que nos deixam fazer aquilo que sabemos fazer — quer seja positivo ou negativo: pessoas que nos são familiares. Os padrões originais de interações que aprendemos com nosso pai ou nossa mãe — aquele que for do sexo oposto — podem nos levar a repetir os mesmos padrões novamente, desse modo nos conservando dentro de nossa zona de conforto.
Assim, embora você talvez viva dizendo a seus amigos que quer algo diferente — talvez um parceiro com mais consideração, alguém que o aceite como você é e não procure controlá-lo –, é provável que você ainda gravite em direção à figura parental controladora, uma personalidade com quem você sente familiaridade e tem experiência em lidar.
À medida que você cresce e amadurece, talvez reconheça que deseja um tipo diferente de parceiro em sua vida adulta. Conhecer-se é o primeiro passo para conquistar a capacidade de admitir e reconhecer padrões semelhantes em relacionamentos — e assim evitá-los. Embora você ainda se sinta atraído por aquelas personalidades que lhe parecem familiares, você pode optar conscientemente por superar a compulsão.
Se o fizer, você abrirá espaço para o relacionamento certo entrar em sua vida. Pelo fato de ter mudado, você pode começar a atrair uma pessoa diferente e melhor.
Em minha experiência de pesquisadora e educadora, com Ph.D. em psicologia e doutorado em educação, já encontrei algumas personalidades tóxicas comuns por quem as pessoas tendem a se sentir atraídas. Conheci alguns sinais de alarme para os quais você deve ficar atenta quando reconhecer a necessidade de libertar-se desses tipos tóxicos.
Uma pessoa excessivamente intensa que exibe características de dominação e controle — alguém que perde a calma facilmente, que faz manha, se retrai e faz questão de impor sua vontade.
O narcisismo pode ser difícil de detectar, em parte porque os narcisistas são hábeis em esconder o que interessa a eles. São camaleões perfeitos, que aparentam estar totalmente sintonizados com seus desejos e necessidades. Contudo, para o narcisista tudo remete realmente aos interesses dele. Portanto, fique atento: se vocês namorarem por tempo suficiente, o narcisista vai revelar sua necessidade de impor sua vontade, de enxergar as coisas sob a ótica dele, e o comportamento dele, de fazer exigências, será revelado. Mais adiante no relacionamento, você pode descobrir que os narcisistas punem o parceiro — se você não faz coisas que satisfaçam o ideal deles, eles se irritam e se retraem. Os narcisistas são manipuladores e farão todo o possível para alcançar suas próprias metas.
Fique atento para o homem ou mulher que é tão focado nele mesmo que realmente não sobra espaço para você. Talvez todas as conversas de vocês digam respeito a ele. É possível que ele nem lhe pergunte sobre seus interesses ou experiências, o que dirá seus sentimentos.
Há o tipo de pessoa tão prejudicada pelas feridas que sofreu na infância que não há como participarem de um relacionamento sadio, a não ser que passe por terapia séria. Muitas vezes a criança que cuidava de outros torna-se um adulto que cuida de outros e que gravita em direção a esse tipo de pessoa carente. É extremamente importante ter consciência disso, reconhecer o fato e superar o impulso de pensar que você poderá fazer uma diferença na vida dessa pessoa. Ser o salvador que resgata os outros também é uma espécie de “vício” e só pode levar a problemas sérios no futuro do relacionamento.
Outro sinal pelo qual é preciso ficar atento é a pessoa que não demonstra empatia. Esse tipo de pessoa acha impossível entender ou solidarizar-se com os desafios ou mesmo com as vitórias de outros que não sejam como ela. A empatia pode ser ensinada, mas, se não está presente em um adulto, a reabilitação desse adulto requer muita terapia.
Conhecer a si mesmo é crucial para reconhecer sua tendência a cair nesses padrões de namoro negativos. À medida que você usa sua autoconsciência para começar a libertar-se dos padrões e buscar relacionamentos mais saudáveis, uma das perguntas mais importantes a se fazer sobre alguém com quem está saindo é se essa pessoa compartilha seus valores.
Independentemente de uma pessoa ser controladora ou ser alguém que dá apoio, ser dominadora ou tímida, ser como o pai (no caso das mulheres) ou mãe (no caso dos homens) com quem você cresceu ou ser radicalmente diferente dele, em última análise, não é possível ter um relacionamento com alguém que não tenha os mesmos valores fundamentais de vida que você.
Imagem de capa: Fabian Møller on Unsplash
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