A literatura científica cataloga o puxão das orelhas e os tapas no bumbum como recursos extremamente ruins. “Os pais, diante do comportamento indesejável dos filhos, ficam raivosos, mas a surra esporádica não servirá para mudar o comportamento da criança”, explica o psicólogo Ollero. Além disso, o especialista diz que essas práticas só viciam a relação entre pais e filhos a longo prazo e, embora talvez funcione no momento, formarão uma relação mais difícil de funcionar.
Numerosos estudos têm mostrado que a maioria das técnicas disciplinares clássicas, passando pelos sistemas de prisão domiciliar, são inúteis e contraproducentes. “Quando pensamos o papel dos pais como modelos para as crianças, a conexão emocional deve desempenhar um papel fundamental, estabelecendo laços de confiança e segurança para promover o desenvolvimento adequado, marcando os limites com firmeza, mas educadamente”, explica Andrea Ollero, psicólogo educativo.
Angela Pulido, também psicóloga e diretora do Centro de árvore Pátio, aposta em implementar o modelo de Disciplina Positiva elaborado pelo psiquiatra e educador Rudolf Dreikurs, com base em “ajudar a criança no contexto dela, encorajando-a a partir dos sentimentos positivos que permitem os pequenos saberem que seus papéis também são importantes “.
Na mesma linha, a imposição de castigos em forma de atividades desagradáveis não corta a raiz do problema, apenas o adia momentaneamente. “Fazer a criança se sentir mal não significará, necessariamente, que ela entenda o verdadeiro ensinamento que você quer transmitir”, assegura Pulido, que sugere que você informe para criança as suas razões, usando uma linguagem positiva, mostrando porque aquele comportamento não é adequado.
Técnica baseada na chantagem e manipulação, segundo inúmeros estudiosos, ao invés da explicação racional levará seu filho a entender que é possível obter coisas através de chantagem e manipulação. “De novo, esta prática não faz pensar, nem refletir, só leva a criança a fazer determinadas coisas para nos contentarmos”, explica Pulido, que ainda pergunta se nossa vontade é que a criança nos obedeça movida pelo medo da proibição ou se realmente buscamos que os pequenos entendam os benefícios de se comportarem bem.
Trata-se de outra técnica chantagista: Se associamos educação a prêmios, como fazemos com os castigos, estamos deixando de lado as emoções profundas”, explica a psicóloga Ollero. “A necessidade de conhecer, de entrar em comunhão, é fundamental para que os atos estejam bem enraizados e motivados por uma decisão íntima e real que busca o melhor para todos.
“No momento de frustração, pais e filhos estarão dominados pelo pensamento punitivo. Os dois estarão bloqueados pela tensão do contexto, pedir para o filho que pense sozinho não fará nada além de fazer a criança pensar que seus pais são horríveis “, afirma Pulido.
Além disso, como explicam os especialistas em Educação Infantil Tina Payne e Daniel Siegel em seus livros, obrigar crianças a ficarem sozinhas pensando sobre situações ruins fará com que se perda a oportunidade de estabelecer um diálogo compreensivo, explicativo e que busque, realmente, o que se pretende: Fazer seu filho refletir para comportamentos inadequados não se repitam.
Este é um texto traduzido e adaptado, escrito originalmente por Alejandro Tovar para o Clarín
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