Por Ana Beatriz Rosa, para o BrasilPost
Tenzin Gyatso é o décimo quarto Dalai Lama. O líder espiritual do budismo tibetano ganhou o prêmio Nobel da Paz em 1989 e vive exilado em Dhraramsala, na Índia, desde que o Tibete foi invadido pela China, em 1959.
Para o povo tibetano, o Dalai Lama representa “um ser iluminado” que tem como objetivo servir à humanidade. No últimos anos, Gyatso foi reconhecido com diversos prêmios por seus escritos sobre a filosofia budista e a sua liderança em prol da paz mundial e da não violência.
Ao longo de 35 anos, o jornalista e autor Franz Alt encontrou mais de trinta vezes com o Dalai Lama para entrevistas. Mais recentemente, Alt transformou uma de suas principais conversas com o líder espiritual em um livro, publicado pela editora Harper Collins.
Em Por que a ética é mais importante do que a religião, o Dalai Lama discorre sobre o que seria a ética no século 21. Listamos alguns trechos do livro sobre as suas principais reflexões.
Todas as pessoas estão unidas pela busca da felicidade e pelo desejo de evitar sofrimento.
É mais importante para a sobrevivência da humanidade ter consciência de nossas afinidades do que enfatizar constantemente o que nos divide.
Espero e desejo que um dia a educação formal preste atenção ao que eu chamo de educação do coração. A religião não é mais suficiente. Precisamos de uma ética global que possa aceitar tanto os crentes quanto os não crentes, incluindo os ateus.
A intolerância leva ao ódio e à segregação. As gerações mais jovens têm a responsabilidade de garantir que o mundo se torne um lugar mais pacífico. Mas isso só pode se tornar realidade se nossos sistemas educacionais educarem não apenas o cérebro, mas também o coração.
Se todos os 7 bilhões de pessoas pensassem no que as une e não no que as divide, teriam menos estresse e menos raiva. Não tenho inimigos, só pessoas que ainda não conheci. Os jovens de hoje têm muito mais oportunidades de conhecerem uns aos outros globalmente – e devem se aproveitar disso para melhorar o mundo.
A felicidade não é só uma questão de sorte, é uma habilidade que as pessoas têm dentro de si mesmas. Todo mundo pode ser ou pode se tornar feliz.
Nosso cérebro é um órgão de aprendizado. A neuropsicologia nos ensina que podemos exercitá-lo como exercitamos os demais músculos. Usando o poder da mente, podemos mudar nosso cérebro para melhor. São avanços revolucionários. Graças a esses avanços, também sabemos que a ética, a compaixão e o comportamento social são características inatas, mas que a religião é adquirida.
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