Por Luiza Belloni
Será que você já levou a famosa “puxada de tapete” de algum colega ou superior? De acordo com o site de recrutamento, VAGAS.com, provavelmente sim. Uma pesquisa feita pelo site com mais de 3.834 profissionais com idades entre 16 e 60 anos mostra que bem mais da metade, ou 62%, deles já sofreram alguma ação que se caracteriza como “puxada de tapete” no ambiente de trabalho. Ou seja, já passaram por situações que outros tentaram prejudicar sua carreira.
Situações como ser deixado de lado, levar a culpa por algum erro que não cometeu, ter o mérito de algum projeto “roubado”, entre outras ações, estão entre as mais citadas pelos profissionais ouvidos. Mas, um outro dado chamou mais atenção: 54% das sabotagens no ambiente de trabalho são protagonizadas por chefe ou superiores hierárquicos das vítimas.
Cerca de 27% dos casos foram protagonizados pelo chefe imediato. Já outros 27% disseram que as ações vieram de alguém com cargo mais alto na hierarquia. Para 34%, o “puxador” de tapete era o próprio colega. E apenas 11% relataram ter sofrido algum tipo de ação prejudicial por profissionais com cargo inferior.
“Esses dados mostram que os gestores estão, em algumas ocasiões, sabotando o trabalho de integrantes de sua própria equipe ou de subordinados para levarem algum tipo de vantagem em sua carreira ou na companhia onde trabalham”, conta o Rafael Urbano, especialista em Inteligência de Negócios na VAGAS.com.
“É um indicador surpreendente e ao mesmo tempo muito preocupante, pois demonstra que a maior parte dos líderes não está administrando sua equipe como deveria.”
Consequências assustadoras
O levantamento mostrou que as consequências destas ações chegam a ser extremas. Cerca de 19% dos entrevistados disseram que foram demitidos, após sofrerem sabotagens.
Para 26%, nada mudou. Para outros 26%, disseram que essa “trapaça” lhe custaram um reconhecimento ou promoção que mereciam. Já 14% foram chamados a atenção e 13% sofreram represálias.
Do total, 12% pediram demissão e 6% acionaram o canal institucional para denunciar o caso, mas não tiveram resposta.
“Os funcionários acabam não tendo o devido reconhecimento e importância que deveriam. E acabam até sendo demitidos quando procuram manter um diálogo e entender o porquê de terem sido prejudicados. É um tipo de cultura que ainda predomina entre alguns chefes e que acaba prejudicando uma equipe ou até mesmo um departamento inteiro. Um bom gestor deve promover e reconhecer seus subordinados”, conclui Rafael.
“Puxadas de tapete”: Já passou por alguma delas?
O levantamento considerou nove tipos de ações que são configuradas como puxadas de tapete no mundo corporativo. A situação mais comum entre os entrevistados foi ter confiado muito em uma pessoa, que depois viria a prejudicar sua imagem, com 32% das menções.
Imagem de capa: Shutterstock/nopporn
TEXTO ORIGINAL DE BRASIL POST