O humor de todas as pessoas varia ao longo do dia. Alguns acordam animados, outros emburrados. Quando acontece algo triste, ficamos pesarosos. Ficar perto de uma pessoa irritada nos influencia e também pode nos deixar irritados.
A ansiedade também não é um problema, mas passa a ser quando ficamos ansiosos por muito tempo e isso começa a afetar nossas rotina e até a qualidade do nosso sono.
Ou seja, oscilar é normal e aceitável até o ponto em que nós deixamos de “funcionar bem” porque estamos muito acelerados, muito tristes, quando comemos demais ou de menos, quando identificamos um desequilíbrio.
Esse desequilíbrio pode ser pontual, como quando passamos por um luto, estamos passando por estresse no trabalho, durante problemas de saúde ou até agora, durante a pandemia que estamos vivendo. Pode, ainda ser algo decorrente de outras fases de nossas vida que ficaram marcadas e mal resolvidas.
Nessas horas, um psicólogo pode fazer toda a diferença no processo de entendimento e enfrentamento da situação.
“Quanto mais cedo se procura ajuda, mais fácil é resolver o problema”, diz o psicólogo Daniel J. Reidenber. “O tratamento vai ser mais curto e menos estressante.”
Então quais são os sinais de que pode ser a hora de marcar uma consulta? A Revista Exame solicitou que Reidenberg, Alvord e a psicóloga Dorothea Lack alguns dos sintomas que são indicativos de que precisamos de ajuda.
A resposta dos profissionais foi que “tudo o que lhe faz sentir oprimido ou te impede de funcionar direito merece a atenção de um terapeuta, assistente social ou psicólogo.”
Abaixo, reproduzimos os 8 sinais indicativos de que uma pessoa precisa de ajuda profissional:
“Todo mundo fica nervoso e triste, mas e a intensidade? E a frequência? Isso te atrapalha ou prejudica a sua vida?”, pergunta Alvord.
A sensação de ser regularmente dominado pela tristeza ou pela raiva pode indicar algo mais profundo, mas é preciso prestar atenção a uma outra coisa: o catastrofismo.
Quando um desafio aparece de repente, você imediatamente se prepara para o pior? Esse tipo de ansiedade extrema, em que as preocupações são desproporcionais e os cenários pessimistas passam a se tornar cenários realistas, pode ser profundamente debilitante.
“Pode ser paralisante, levar a ataques de pânico e até mesmo a evitar as coisas”, diz Alvord. “Se sua vida começa a se contrair porque você está se omitindo é provavelmente a hora de procurar alguém.”
A dor de uma morte na família, uma separação ou a perda do emprego podem ser suficientes para exigir algum tipo de aconselhamento. “A tendência é achar que esse tipo de sensação vai embora sozinha”, diz Alvord, lembrando que nem sempre este é o caso. O luto pode nos atrapalhar no dia a dia e nos afastar dos amigos. Se você perceber que está se distanciando, ou se seus amigos notarem o mesmo, talvez seja a hora de procurar alguém para tentar entender como o evento ainda está te afetando. Por outro lado, algumas pessoas reagem às perdas com uma reação mais maníaca — buscam os amigos incessantemente e têm problemas para dormir. Estes também são sinais de alerta.
“Se estamos emocionalmente abalados, o corpo pode ser afetado”, diz Alvord. Pesquisas confirmam que o estresse pode se manifestar de diversas formas, de problemas estomacais crônicos a dores de cabeças, resfriados e redução do apetite sexual. Reidenberg afirma que há outros indícios menos frequentes, como dores musculares repentinas (ou seja, não aquelas que aparecem depois da academia) ou dores no pescoço.
Se você percebe que está bebendo ou usando drogas em maiores quantidades ou com maior frequência — ou até mesmo pensando mais em bebidas ou drogas –, pode ser um sinal de que você queira anestesiar algum tipo de sensação. Mas essa substância pode não ser o álcool ou droga: pode ser comida. Reidenberg nota que mudanças no apetite podem ser um sinal de que nem tudo está bem. Comer demais, ou de menos, pode indicar estresse ou sinalizar que você não está querendo cuidar de si mesmo.
Mudanças na performance no trabalho são comuns entre aqueles que enfrentam questões emocionais ou psicológicas. Você pode se sentir desconectado do trabalho, segundo Reidenberg, mesmo que antes gostasse do que faz. Além de afetar a concentração e a atenção, você pode começar a receber críticas dos seus chefes ou colegas. Pode ser um sinal de que é hora de buscar um profissional.
“Adultos passam a maior parte do tempo no trabalho”, diz Reidenberg. “Então as pessoas que reparam são aquelas que têm de compensar, como em uma família.”
Se seus clubes, encontros de amigos e família estão perdendo a graça, pode ser um sintoma de que algo está errado, explica Reidenberg. “Se você está desiludido, achando que nada faz sentido, buscar terapia pode ajudar a clarear o ar ou procurar uma nova direção.”
Você tem dificuldades para explicar como realmente está se sentindo – ou mesmo para identificar suas emoções? Se você se sente infeliz durante as interações com aqueles que ama pode ser um candidato para uma terapia de casal ou de família, diz Alvord.
“Podemos ajudar as pessoas a escolher melhor as palavras – e ensinamos que não é só o que você está dizendo que importa, mas também sua linguagem corporal e sua atitude”, diz Alvord.
Amigos podem perceber padrões que não conseguimos identificar nós mesmos, portanto é importante considerar a perspectiva daqueles que estão à sua volta.
“Se alguém que faz parte da sua vida diz algo como: ‘Você falou com alguém sobre isso?’ ou ‘Você está bem? Estou preocupado com você’ – é um sinal de que você provavelmente deveria ouvir o conselho”, diz Reidenberg.
Photo by Jake Noren on Unsplash
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Com informações de Exame
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