O bullying, uma prática ainda muito comum entre crianças e adolescentes, tem potencial para causar profundos traumas e danos psicológicos na vítima, por isso, é preciso que esse ciclo de violência seja interrompido o quanto antes.
Sabemos, no entanto, que por diversos motivos, seja por medo ou por vergonha, muitos dos pequenos acabam não falando abertamente com os pais sobre as intimidações que sofrem de outras crinças. Vem daí a importância de prestar atenção aos sinais. De acordo com a psicóloga Sueli Teixeira, existem vários sinais silenciosos que indicam que uma criança pode ser vítima de bullying. Entenda mais abaixo.
O bullying infantil pode ocorrer em qualquer ambiente, mas costuma ser mais frequente no ambiente escolar e entre as idades de 7 a 11 anos. As crianças convivem todos os dias ao longo de muitas horas com comportamentos preconceituosos, quase sempre aprendidos em casa, e que se manifestam na socialização.
“Nessa fase do desenvolvimento, a criança está em construção da sua personalidade de forma bastante acelerada. Se conviver em um ambiente de piadas obscenas, racismo e machismo, vai colocar em prática na escola”, explica Sueli.
Uma criança que é vítima de bullying emite alguns sinais que podem estar inclusive na fala, mesmo que não seja de maneira clara. Se seu filho diz coisas como, “Não quero ir para a escola, lá é chato” ou “odeio aquela pessoa da sala de aula”, por exemplo, isso pode ser um indício de que algo não está indo bem.
Recomenda-se nesse tipo de situação estimular, com muito cuidado e muita sensibilidade, que seu filho explique os motivos que o levaram a pensar daquela forma. Com tranquilidade, pergunte se é por medo ou se brigou com algum coleguinha da escola.
Além disso, sempre o incentive a contar sobre como foi o seu dia e na escola e o que houve de divertido ou de chato nele – o hábito pode ajudar a criança a sentir segurança em se abrir com você.
Na infância, vítima e agressor não podem dimensionar os danos psicológicos que o bullying causa. “A criança por si só não tem estrutura psicológica para entender o problema”, explica Sueli.
Por isso, é preciso sempre deixar claro para o seu filho que não é certo insultar ou ser insultado. Além disso, oriente-o a procurar um professor ou um coordenador sempre que se sentir intimidado por um colega.
Aconselha-se também entrar em contato com a escola e expor, sem rodeios, o que tem observado na criança, para que todos busquem respostas e soluções imediatas juntos.
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