INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

9 técnicas para lidar com as crises em Crianças com Autismo

Muitas crianças autistas não são agressivas, mas tantas outras têm colapsos e fazem birras incríveis quando são expostas a circunstâncias complicadas ou não conseguem o que querem. Elas não reagem desse jeito “só para dar trabalho”, mas porque não sabem como reagir. Com algumas técnicas simples, você conseguirá reduzir essas crises e melhorar o autocontrole da criança autista.

1. Pense na causa do colapso.

Um colapso acontece quando a criança autista não consegue mais lidar com algum fator estressante que tem sido contido de alguma forma, gerando uma crise de birra. O colapso costuma ser causado por frustrações também. Crianças autistas não fazem birra de propósito, mas porque algo as estressa. Essa é uma forma de expressarem que não conseguem lidar com a situação, estímulo ou alteração na rotina. Elas têm um ataque como recurso de comunicação, especialmente quando todas as outras tentativas não deram certo.

  • A birra tem muitas faces. Ela pode ocorrer em forma de gritos, choros, a criança pode cobrir as orelhas com as mãos, se machucar propositalmente ou agressão.

2.Tente fazer a vida doméstica da criança mais confortável.

Já que as birras são causadas pelo acúmulo do estresse, criar um ambiente harmonioso e amigável pode minimizar tais fatores na vida dela.

  • Desenvolva uma rotina para a criança sentir estabilidade. Fazer uma agenda com imagens pode ajudar a criança a visualizar e entender a rotina.
  • Caso as mudanças sejam necessárias, prepare a criança para o que acontecerá com imagens e histórias sociais. Explique por que essas mudanças são necessárias, isso a ajudará a a entender o que está acontecendo e o que esperar. Assim, ela ficará mais calma quando as alterações ocorrerem.
  • Permita que a criança se retire das situações estressantes quando for necessário.

3.Ensine-a técnicas para lidar com o estresse.

Algumas crianças autistas simplesmente não sabem como lidar com suas emoções e podem precisar de uma mãozinha extra. Parabenize-a quando ela mostrar que está usando as técnicas corretamente.

  • Crie alternativas para determinados fatores estressantes (som muito alto, lugares muito cheios, etc.).
  • Ensine técnicas para se acalmar: respirar fundo, contar, se afastar, etc.
  • Desenvolva um método para a criança conseguir comunicar que algo a está incomodando.

4.Perceba quando a criança está estressada e dê importância aos sentimentos dela.

Saber que as necessidades dela são normais e importantes como as de qualquer um é importante para ela se expressar adequadamente.

  • “Seu rosto está todo tenso. O barulho está incomodando você? Posso falar para suas irmãs brincarem lá fora.”
  • “Você parece irritado hoje. Quer me contar o que está lhe aborrecendo?”

5.Demonstre bons exemplos de comportamento.

A criança vê quando você está estressado e aprende a imitar o seu jeito de lidar com as coisas. Manter a calma, expressar seus sentimentos com clareza e tirar um momento para se acalmar ensinarão a criança a fazer o mesmo.

  • Tente verbalizar suas decisões: “Estou aborrecido, vou parar um pouco e respirar fundo algumas vezes, depois eu volto”.
  • Depois que você repetir um comportamento algumas vezes, a criança provavelmente tentará fazer o mesmo por conta própria.

6.Crie um ambiente calmo para a criança.

É importante reconhecer que ela pode ter dificuldades em processar e absorver muitos estímulos visuais, sons, odores e texturas. Todos esses fatores podem ser estressantes e sobrecarregá-la, gerando crises de birra. Sendo assim, um ambiente tranquilo pode ajudá-la a se acalmar.

  • Ensine a criança a expressar que quer ir para o quarto da calma. Pode ser apontando para o cômodo, mostrando uma imagem que represente quarto, linguagem de sinais e pedir verbalmente.

7.Faça um registro dos colapsos.

Anotar cada vez que a criança tem um ataque pode ajudar a entender as razões para o comportamento dela. Tente responder as seguintes perguntas quando escrever sobre a próxima ocorrência:

  • O que a chateou?(Talvez ela esteja segurando o estresse há horas).
  • Quais sinais de estresse ela demonstra?
  • Quando/Se você percebeu que ela estava aborrecida, o que fez? Deu certo?
  • Como você poderia prevenir um colapso futuro?

8.Converse com a criança sobre agressões e mau comportamento.

Lembre-se, autismo não é uma desculpa para a criança ser agressiva e maldosa. Caso ele exiba esse comporamento, converse com a criança assim que ela se acalmar. Explique qual atitude específica é inaceitável e ofereça uma alternativa.

  • “Não foi legal bater no seu irmão. Eu entendo que você esteja bravo, mas bater nas pessoas machuca e não é legal fazer isso. Quando estiver irritado, respire fundo por um tempo e conte para mim o que aconteceu. Você não pode sair batendo nas pessoas.”

9.Ligue para alguém responsável pela criança além de você durante uma crise.

Existem casos em que pessoas autistas foram traumatizadas ou assassinadas pela polícia. Caso a situação seja urgente, peça ajuda de outro responsável.

  • Ligue para a polícia em casos extremos ou situações potencialmente perigosas para a saúde. Eles podem ser violentos com a criança, o que pode desencadear o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e piorar a situação.

Imagem de capa: Shutterstock/howtogoto

TEXTO ORIGINAL DE MODAKGSTORE

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