Se você foi uma criança que passava longe do café puro e hoje não consegue viver sem ele, pode ser que você esteja envelhecendo. Pelo menos é isso que defende um estudo publicado na revista Physiology & Behavior.
De acordo com o estudo, a capacidade de apreciar alimentos mais açucarados diminui com o passar dos anos. Com a chegada da adolescência, adquirimos novos paladares, o que pode incluir alimentos com menos açucar, como azeitonas e chocolate amargo, por exemplo. Vem daí, segundo a pesquisa, a sua súbita preferência por um café puro à bebida cheia de açúcar.
A mudança de paladar ao longo dos anos ocorre por causa da biologia humana, aponta o estudo. A preferência por sabores doces já nasce com as crianças, tendo em vista que o primeiro alimento delas é o leite materno. Mesmo antes de nascer, o pequeno já tem a capacidade de detectar estes sabores, que agem como forma de interação com sistemas que controlam o afeto e a sucção.
Portanto, o doce tem ligação com a biologia básica e com a necessidade crescente pelo consumo de calorias para o desenvolvimento. Inclusive ingerir este tipo de alimentos tornam as crianças até os 11 anos mais tolerantes à dor. Ao contrário do amargo, que desde muito cedo na vida está relacionado a um sabor ruim e indesejável.
A preferência por doces vai diminuindo durante a adolescência, o que coincide com o término do crescimento físico. Em resumo, a pesquisa afirma que as crianças preferem os níveis mais altos de doces e são mais sensíveis aos sabores amargos até a adolescência.
O declínio desta preferência pode ser visto a partir daí: é por isso que muitos mudam os hábitos com a idade, passando aos poucos a apreciar o amargo do café puro, azeitonas, vinho, cerveja, entre outros.
Vale ressaltar que, mesmo com a mudança no paladar em decorrência do envelhecimento natural, os sabores amargos não ocupam a maior parte da dieta de um adulto. Isso porque, na biologia humana, o amargo é relacionado ao gosto de veneno.
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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de Vix.
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