Jackson Buonocore
Sociólogo, psicanalista e escritor
Ao assistirmos à televisão, lermos os jornais, ouvirmos as pregações nos púlpitos e acessarmos a internet aparecem as imagens, as letras e as falas da estupidez, que ganha força nos dias atuais.
A palavra estúpido caracterizava o indíviduo mentalmente inapto, mas tempos depois foi definido como gente ignorante. Por isso a estupidez tem como objetivo levar as pessoas ao autoengano, para potencializar os conflitos sociais.
O eixo estruturante da estupidez é a falta de inteligência. É como disse o escritor alemão Johann Goethe: “Nada mais assustador que a ignorância em ação”, que se manifesta nas atitudes e nos discursos.
A ignorância e a estupidez são irmãs siamesas que geram uma escuridão mental, que exala o preconceito e a falta de conhecimento. E ambas têm uma versão digital para manter o obscurantismo entre nós.
Não há dúvidas de que essas irmãs são mal-intencionadas e invadem as redes para se impregnar nas relações humanas. No entanto, temos que exercitar a nossa – serenidade e inteligência – a fim de neutralizar a ignorância e a estupidez, pois são os elementos mais violentos da sociedade.
Enfim, os ignorantes e/ou os estúpidos devem entender que necessitamos coexistir com as pessoas e os grupos de diferentes classes sociais, idades, etnias, crenças, orientações sexuais. Aliás, o que importa é que pertecemos a mesma família humana, porque o Brasil e o mundo é multicolorido.