Em uma reviravolta digna de filme, um dos casos mais intrigantes de roubo a banco nos Estados Unidos foi encerrado após mais de meio século. Theodore Conrad, que viveu sob o pseudônimo de Thomas Randele por 50 anos, revelou no leito de morte o segredo que guardava desde 1969. A confissão foi feita à sua filha enquanto ele enfrentava uma batalha terminal contra o câncer de pulmão.
O Roubo e a Fuga
Conrad, então com 20 anos, trabalhava como caixa no Society National Bank, em Cleveland, Ohio. No dia 11 de junho de 1969, em um ato calculado, ele acessou o cofre do banco, colocou discretamente US$ 215 mil — o equivalente a cerca de US$ 1,7 milhão em valores ajustados pela inflação — em um saco de papel e deixou o local como se nada tivesse acontecido.
O plano audacioso foi inspirado pelo filme The Thomas Crown Affair (1968), estrelado por Steve McQueen, que retrata um milionário arquitetando o roubo perfeito. Fascinado pelo longa-metragem, Conrad decidiu imitar a ficção e conseguiu despistar as autoridades por décadas.
Uma Vida de Disfarces
Após o roubo, Conrad adotou o nome Thomas Randele e se estabeleceu em Lynnfield, Massachusetts, onde viveu uma vida aparentemente tranquila. Casou-se, formou uma família e trabalhou em concessionárias de carros e clubes de golfe. O roubo permaneceu um segredo até seus últimos dias, quando decidiu contar a verdade à filha.
“Eu estava sozinha no quarto da minha infância e pesquisei no Google ‘Ted Conrad desaparecido’. O primeiro resultado foi algo como ‘Caixa do cofre rouba banco’. Pensei: ‘Oh meu Deus, este é meu pai’”, revelou ela à CNN.
A Solução do Caso
As autoridades perseguiram Conrad por todo o país, mas ele permaneceu fora do radar por anos. O caso ganhou novo fôlego em 2014, quando agentes do Marshals Service encontraram semelhanças entre documentos preenchidos por Conrad nos anos 1960 e um pedido de falência feito por Randele.
A confirmação veio após cruzamento de provas e evidências recolhidas ao longo da investigação. Apesar de nunca ter sido preso, a verdade sobre sua identidade veio à tona apenas com sua confissão final, encerrando um mistério que durou mais de 50 anos.