‘Tenha atitude’!
Quem nunca escutou essa sugestão quando fraquejou ou sucumbiu ao desânimo nos momentos difíceis? E de fato, para convidar alguém à eficácia superior de suas ações é preciso convocá-lo a remodelar atitudes. A razão disso é que, sendo fruto de disposições íntimas e com forte influência nas condutas pessoais, as atitudes são a coluna vertebral do estilo pessoal. Daí que todo projeto de transformação pessoal requer reexame de atitudes.
A atitude é o resultado de ideias, emoções e comportamentos em sinergia. Elementos que imprimem caráter energético e efeito estruturante ao comportamento. O comportamento expressa, assim, o conjunto de atitudes e revela convicções internas que definem o caráter e a personalidade. Algumas vezes, tentamos mudar alterando apenas o comportamento. Entretanto, ações, condutas e desempenhos que perduram são as que guardam pertinência com as nossas predisposições internas ou atitudes.
Em consequência, podemos mudar por um tempo, mas se a mudança não for motivada por autêntica reestruturação interna, ela tende a não se sustentar. Aí, voltamos ao velho estilo. Transformar atitudes equivale a colocar objetivos diante dos olhos e revisitar crenças, emoções e hábitos que têm alimentado o padrão atual de ação, tentando enxergar o que funciona ou nos prejudica.
O esforço de transformação precisa, então, começar pelo reconhecimento de atitudes que nos impelem a comportamentos compatíveis com desempenhos eficazes e sentimentos de bem-estar. O passo seguinte é criar espaço de recolhimento e silêncio interior para escutar os próprios anseios e confrontá-los com as atitudes atuais. A seguir, devemos elencar atitudes que vão produzir ação edificante e alimentá-las com pensamentos afirmativos que ajudem a eliminar condutas disfuncionais.
Quantas vezes nos guiamos por circunstâncias e atitudes negativas ou alienadas do que somos e que nos distanciam do que precisamos. A-D Sertillange, humanista e pensador francês, ensinava que; ‘O pensamento, que está em correlação com as tendências mais profundas é um excelente juiz e moderador de nossas ações’.
O pensamento de Sertillange valoriza o conhecimento da bússola interior, sob a pena de não podermos consertar rumos que nos afastam de propósitos caros à autorrealização. Transformação pessoal, em síntese, requer confrontar autoconceito, atitudes e realidade visando abandonar a idealização de si próprio e os conceitos inexatos das próprias condutas para os devidos ajustes.
E precisamos fazer esse movimento, conscientes de que apesar de sermos completos, não somos perfeitos; carregamos o germe da transformação que exige contínuo reexame e um coração ardente impulsionado por atitudes coerentes.
Imagem de capa: Shutterstock/Urupong Phunkoed