Para a Psicanálise, a forma como a gente fala e a forma como a gente entende o nosso sofrimento transforma a nossa experiência. A maneira como a gente conta o nosso sofrimento para o outro, como a gente divide ou como a gente silencia, a maneira como a gente entende que o nosso sofrimento é um problema individual ou é um problema na nossa família ou na nossa cultura…
Tudo isso determina um entendimento de que o sintoma é no fundo um efeito, eles têm uma relação com a forma como a gente se relaciona com os outros.
Apesar dos manuais classificatórios, a cada nova versão enfatizar cada vez mais que o sofrimento é entendido como um déficit de produção de neurotransmissores, uma espécie de doença que dá no seu cérebro e que precisa ser compensado com medicações que repõem aquilo que seu corpo não está mais conseguindo produzir.
Mas o que seria mais prudente pensar, já que as origens genéticas se mostram tão indeterminadas, já que não podemos falar em etiologia nos DSM’s e as dificuldades neurológicas se constatam tão imprecisas?
O que está fazendo com que você produza tal sintoma? O que está contribuindo para que aquela angústia apareça? O que suas relações têm a ver com determinadas inibições? Pois bem, faz diferença a forma como você fala do que te acontece. Faz diferença como você inclui o seu sofrimento nas suas relações com o outro.
Posicione-se e procure ajuda profissional para nortear melhor questões que te cercam.
O que parece é que tanto as hipóteses genéticas ou a dos neurotransmissores, no fundo elas tornam nossos sintomas independentes da nossa vida, da nossa vida de relação.
Imagem de capa: Shutterstock/Veja