10 Dicas Para Enfrentar Positivamente a Mudança

1. Busque suporte afetivo. Para ter a coragem de mudar ajuda muito encontrar apoio – mesmo que pequeno – e sentir que alguém acredita em nós. Estabeleça vínculos com pessoas que podem oferecer coragem e estímulo, que sejam acolhedoras e, também, ponderadas. Entenda que ser apoiado, contudo, não é o mesmo que ser carregado. Não espere que os outros realizem as mudanças que são importantes para você. A melhor saída para os seus problemas é sempre aquela que você encontra.

2. Mantenha-se distanciado do moralismo e do julgamento baseado na emoção. Se você quer mudar uma situação e a mudança envolve ruptura com pessoas que, de alguma forma, te fazem mal, é importante que ao avaliá-las você tente compreender por que elas agem assim. Isso é essencial para a superação do rancor. Se você percebe seu agressor ou desafeto como alguém com poder para te bloquear, prejudicar ou destruir, ele se torna tão poderoso que a sua tendência será a de acreditar que não é possível se livrar dele. O mesmo se dá para as circunstâncias difíceis que você enfrenta.

3. Analisar o contexto no qual as situações adversas estão ocorrendo. Ao fazer isso você evita a armadilha de uma visão parcial dos eventos. Dessa forma você pode aprender a levar em conta todos os lados do problema. Quanto mais ampla for sua visão dos problemas, mais chances você terá de melhor enfrentar a situação. Uma visão ampla te permite pensar em – e buscar – diferentes maneiras de fazer as mudanças necessárias para superar os problemas. Olhar a mesma situação por diferentes ângulos ajuda a exercitar a criatividade e a flexibilidade, o que favorece mudanças no nível interno e externo.

4. Fatalismo e vitimização não combinam com Mudança. Quando se embarca na aventura da mudança é comum sentir-se fragilizado, inseguro, amedrontado, etc. Mesmo os mais fortes! Aqueles que conseguem efetivar a mudança são os que conseguem lutar contra o pessimismo. Assim, vale combater pensamentos do tipo: “Nada dá certo para mim”; “Eu não consigo nada”; “Tudo é difícil”, “Não consigo mudar de rumo” ou “Ninguém faz nada por mim”. Ao invés de mergulhar na autocomiseração, aqueles que se saem fortalecidos da mudança são os que arregaçam as mangas para buscar soluções para os problemas.

5. Estabelecer metas bem definidas. O sucesso de uma mudança não pode se basear na espera de uma solução mágica para os problemas. Grandes devaneios – como enriquecer de uma hora para outra, ficar famoso num lance de sorte, encontrar um príncipe encantado que elimine a rotina, o sofrimento e os problemas da vida diária – não fazem parte do repertório imaginário das pessoas que conseguem realizar mudanças efetivas em suas vidas. Para essas pessoas as situações difíceis devem ser combatidas com a ação, e a ação requer um planejamento objetivo: concreto, acessível e realizável no curto, no médio e no longo prazo. Uma mudança tem sempre várias etapas, e cada etapa requer diferentes quantidades de esforço e de dedicação.

6. Um bom projeto de mudança é elaborado realisticamente, a partir dos recursos internos e externos que se tem para realizá-lo. Ou seja, a pessoa dá o passo do tamanho das pernas dela. Mesmo que ela queira ir muito além do que ela pode andar hoje, ela entende que não se sobe uma escada de uma só vez, mas um passo leva ao outro. Um projeto concretizado, mesmo pequeno, abre espaço para a elaboração de outro, e assim sucessivamente. Um grande projeto incompleto não leva a lugar algum.

7. Desenvolver a capacidade de não perceber as perdas como fatores definitivos. Suportar o peso das conseqüências advindas do movimento de mudança requer o reconhecimento de que a vida é feita de altos e baixos. Aceitar a impermanência das coisas, boas e más, nos fortalece porque nos ensina a não supervalorizar os problemas. Similarmente, nutrir as pequenas vitórias conquistadas, sem minimizá-las, nos dá a sensação de que nossos objetivos estão se realizando, paulatinamente e consistentemente.

8. “Fazer do limão uma limonada”. Ou seja, mudar implica entender que nas dificuldades também reside a oportunidade de crescimento. Quando enfrentamos os problemas aprendemos quais são os nossos limites e os nossos potenciais, descobrimos que temos recursos internos – emocionais e cognitivos – que nos capacitam a fazer coisas que não imaginávamos que poderíamos fazer. Só aprendemos o que podemos fazer, fazendo! Quem quer mudar precisa começar a fazê-lo, no presente, com os recursos que tem e não ficar esperando um momento ideal para a mudança.

9. Pesar prós e contras aperfeiçoa o uso dos recursos que dispomos para efetivar a mudança. Quando avaliamos a situação que queremos mudar e a que queremos conquistar – identificando o mel e o fel de cada uma delas – podemos escolher as lutas que valem à pena para os nossos propósitos. Definir o que realmente nos importa, o que merece os nossos esforços, nos leva a usar da melhor forma o tempo, a energia e o afeto que podemos e queremos empregar para mudar alguma coisa. Dessa forma conseguimos diminuir a ansiedade, pois não nos sentimos obrigados a resolver tudo o tempo todo e priorizamos aquilo que tem mais significado para a nossa vida.

10. Inspire-se nos modelos positivos. A coragem para mudar pode ser potencializada quando aprendemos a olhar para as histórias que deram certo. Quando fazemos isso desenvolvemos nossos recursos pessoais, aprendemos que sempre há uma saída, um lado saudável e criativo na vida e, principalmente, em nós mesmos. Deixar-se inspirar por aquilo que é bom no mundo – e em nós – nos fortalece muito mais do que ficar enfatizando as deficiências e os conflitos. E, lembre-se, você pode ser esse modelo positivo para os outros. Não pense apenas nos benefícios que você pode obter com a mudança, mas também no impacto que as suas ações podem ter sobre as pessoas a sua volta.






Psicóloga, Mestre e Doutoranda pela USP (SP). Especializada em Desenvolvimento de adultos, na experiência de Felicidade e nos estudos da Psicologia Social.