Quando os pais se separam, a criança sofre por sentir-se culpada, uma vez que na sua fantasia ela fez algo de errado que levou os pais a separar-se e é preciso que ambos lhe expliquem que não foi por causa dela, criança, mas que papai e mamãe não ficarão mais juntos por diversas razões que um dia ela entenderá.
Mas não é raro observar que os entes queridos também são detestados. Na realidade, a união eterna é um mito, um desejo de que sejam possíveis ligações amorosas impecáveis, sem agressões e descontentamento.
Primeiramente, deve-se enxergar a situação de forma que os filhos não sirvam de anteparo para o problema do casal. E o maior problema na separação é a total falta de lucidez do casal que se descontrola, berra e agride. As crianças se desesperam enquanto não chega o desfecho. O importante para os pais que temem o sofrimento da criança é descobrir que eles não são onipotentes a ponto de os filhos não sobreviverem sem eles.
As crianças vão assimilando a ideia de que o casamento é ruim. Se fosse bom, os pais não estariam berrando, xingando, batendo porta. Essas crianças refreiam seus impulsos, suas necessidades de ligação afetiva e procurarão o isolamento. É um alívio no olhar dos filhos saber que um dos pais não está mais em casa.
Outro fator negativo, é um parceiro diminuir o outro aos olhos da criança. Essa necessidade de sucesso pessoal se dá em detrimento da criança. Uma separação sempre vai significar sofrimento, tanto para os pais, como para os filhos. Daí para frente, tudo vai ser sentimento de amor estragado? Isso vai depender de como a separação é vivida. Ela também pode ser vivida como alívio, crescimento pessoal e maior compreensão da vida.