Em geral, a emoção é a principal forma de percepção do mundo. O que sentimos traduz nossas decisões e intenções, as conexões com pessoas e lugares e a forma como percebemos as informações que nos chegam. Na verdade, é quase impossível imaginar a vida sem sentimentos – até encontrar um psicopata.
A maioria das pessoas certamente já encontrou um. Segundo estimativas, em torno de 0,5% a 1% da população apresenta esse quadro. Excluindo crianças, mulheres (por razões ainda desconhecidas, elas são menos afetadas) e aqueles já trancafiados em presídios, acredita-se que existam aproximadamente 250 mil psicopatas vivendo livremente nos Estados Unidos atualmente, por exemplo.
Como reconhecê-los? O teste conhecido como Registro Revisado de Psicopatias de Hare consiste em 20 critérios, cada um deles avaliado numa escala de 0 a 2. Medem comportamentos e caracteres como mitomania (mentira patológica), predisposição ao tédio e promiscuidade sexual (abaixo), avaliados durante a entrevista. Também são levados em consultas e relatórios prisionais e policiais, além de outros registros oficiais. O escore máximo é 40, mas qualquer resultado igual a ou maior que 30 é considerado psicopatia.
Qualquer pessoa marca alguma pontuação no contínuo da psicopatia. Aqueles considerados “normais”, em média, atingem 4 pontos, mas há muitos na faixa dos 10 e 20 pontos. Para muitos a pontuação é insuficiente para receber um diagnóstico oficial, mas ainda é possível detectar tendências psicopáticas significativas e frequentemente perceptíveis – o chefe que persegue os funcionários, o aproveitador, o irresponsável que está sempre explorando a generosidade de pessoas próximas.
Comportamento sociopata | Caracteres emocionais/interpessoais |
Propensão ao tédio | Volubilidade e fascínio superficial |
Estilo de vida parasitário | Grande senso de autopromoção |
Promiscuidade sexual | Mitomania |
Falta de metas realistas e de longo prazo | Esperteza e manipulação |
Impulsividade | Ausência de remorso ou culpa |
Irresponsabilidade | Baixo nível de afeição |
Problemas comportamentais precoces | Insensibilidade e falta de empatia |
Delinquência juvenil | Deficiência em aceitar a responsabilidade dos próprios atos |
Violação de liberdade condicional ou provisória |
TEXTO ORIGINAL DE UOL