Responsabilidade sempre foi um assunto da moda, mas nos últimos tempos ela tem cada vez mais sendo subdividida em tipos: a social, a afetiva, a profissional, etc. Apesar de responsabilidade nunca ser necessariamente fácil (mas necessária), tem um outro tipo de responsabilidade que ou pouco se fala ou acaba ficando em segundo plano, que é a autorresponsabilidade que ninguém vê. Como assim? Expliquemos:
Sabe quando alguém faz uma boa ação e depois expõe para todo mundo foi boa ação e a gente se pergunta até que ponto foi boa ação mesmo ou se não tem uma parte do ego falando ali? Hoje em dia com as mídias sociais isso se tornou muito comum. Pois então, a autorresponsabilidade que ninguém vê é aquela que você tem consigo, com seus pensamentos. Por exemplo: se no caso existe sim uma voz do seu ego falando que você quer postar tal boa ação porque quer mostrar que é de autoria sua, mas você diz a si mesmo que tudo bem, mesmo sabendo que não. É também quando você conta para si uma mentira sabendo que é mentira – típico quando quer comer mais um pedaço de bolo, mas diz que vai comer só um pedacinho, sabendo que na verdade vai comer tudo. Tem uma música do Capital Inicial que diz “O que você faz quando ninguém te vê fazendo?”. Podia ser “O que você pensa quando ninguém te vê pensando?”
E qual é o problema nisso? O problema é que ao não sermos responsáveis conosco – e conscientemente não-sinceros – estamos mandando mensagens erradas ao nosso cérebro, e não respeitamos a nossa própria palavra. E da próxima vez, você sabe que não acreditará no que diz a si mesmo. Portanto, ao diminuir o valor da sua palavra ou do que você sabe que fere a sua ética, aos poucos você pode diminuir a confiança que tem em si para diversas esferas. No nosso subconsciente tudo está interligado.
A responsabilidade é a balança da vida, e através dela podemos desenvolver muitas outras qualidades. A vida é para ser ampla e vivida com gosto, mas tudo que não é balanceado não é bom, até as melhores coisas. Portanto, coma com responsabilidade, se exercite com responsabilidade, durma com responsabilidade, jogue com responsabilidade, etc. Aliás, muito importante, ame com responsabilidade, principalmente a si mesmo. Lembre-se que você tem um compromisso com quem você é.
É interessante que o nosso cérebro é um órgão tão fabuloso que nos pega tanto nas mentiras quanto na autorresponsabilidade invisível, mas também é capaz de nos dar bronca e nos corrigir no ato. Por exemplo: passa uma pessoa usando uma roupa que você não gosta e seu primeiro pensamento é que ela é feia, mas aí quase que como uma segunda voz o cérebro te responde (no caso, você se responde): “mas quem tem que gostar é ela, então você fique quieta”. Chega a ser engraçado! Isso também faz parte da responsabilidade invisível, porque se você se corrige isso demonstra que mesmo que tenha pensado ao contrário de si mesmo (olha que loucura), você localiza o que acredita, portanto sendo fiel à sua essência e evolução.
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Imagem de capa: Pexels
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