Dezembro chegou, e com ele as tradicionais festas de fim de ano. Por toda parte percebemos que o Natal está chegando. A árvore de Natal não pode faltar, grande ou pequena, não importa, nem enfeites diversos e muitas luzes. As casas, os shoppings e as ruas das nossas cidades vibram com as cores e as canções alegres do Natal.

Surge então, em muitos pais a preocupação com a lenda do Papai Noel, o personagem do Natal mais querido e esperado pelas crianças do mundo inteiro. “Devo ou não contar que é lenda?” “Até quando devo permitir essa fantasia?”

A fantasia é importante e necessária para o desenvolvimento saudável da criança, e precisa ser respeitada, sem incentivar, nem reprimir. A fantasia estimula a imaginação, a capacidade criadora, e acelera o desenvolvimento intelectual. Por isso podemos vê-las conversando com bonecas e outros personagens, em um mundo de super-heróis, fadas, e monstros com quem podem brincar e desenvolverem-se. É no mundo ilusório e imaginário que os desejos não realizados podem ser realizados. É através do faz-de-conta que ela aprende a entender o ponto de vista do outro e a desenvolver habilidades na solução de problemas.

O Papai Noel faz parte deste mundo imaginário. Pais e mães não precisam ficar nervosos e aflitos, porque naturalmente, com o amadurecimento, a criança vai descobrindo o mundo real. Umas mais cedo, outras mais tarde, mas o esperado é que por volta dos seis ou sete anos essa fase esteja passando, quando começam a desenvolver o pensamento lógico e racional.

No entanto, o Papai Noel não deve ser usado como instrumento educativo, ou mesmo de chantagem e barganha para que a criança seja boazinha, obediente e atenda às nossas expectativas de pais. Ele é símbolo de bondade, generosidade e solidariedade.

De onde vem a lenda do Papai Noel? Foi inspirada na vida do Bispo Nicolau de Mira, que viveu na região da Turquia no século III. Conhecido por sua bondade e generosidade, Nicolau costumava ajudar os pobres anonimamente. Na época do Natal, arrecadava alimentos e brinquedos que distribuía entre os mais necessitados. Foi na Alemanha que ele se transformou em personagem do Natal, e de lá, correu o mundo inteiro. O velhinho gordo de barbas brancas e bochechas rosadas surgiu na poesia “A Visita de São Nicolau” que Clement Clark Moore escreveu em 1822 para seus seis filhos. No poema ele descreve a viagem do Papai Noel num trenó puxado por oito renas pequenas, que esperava as crianças dormirem para entrar em suas casas, pela chaminé.

Outra preocupação dos pais refere-se à lista de presentes para o Papai Noel. Ter e ganhar são ênfase nesta época, “eu quero” é a expressão que os pais mais ouvem. As crianças são, por natureza, egocêntricas desde o nascimento, e até quatro ou cinco anos, elas não compartilham espontaneamente, porque ainda se vêem como o centro do mundo. E naturalmente querem todos os seus desejos satisfeitos, e querem ganhar muitos presentes.

Podemos e devemos ensinar aos nossos filhos que cada um de nós pode ser um pouco “Papai Noel”. A melhor maneira é através do nosso exemplo. Doar por pura generosidade e amor ao próximo em qualquer época do ano, especialmente no Natal, quando o consumismo é evidenciado.

O Natal é uma festa cristã, quando se comemora o nascimento de Jesus. É importante não perdermos o verdadeiro sentido do Natal. O Natal é uma festa de amor. Do nascimento de Jesus Cristo, o presente de Deus, que veio até nós por amor. É maravilhoso ganhar presentes, mas a verdadeira alegria está em presentear, em compartilhar, em semear alegria nos corações dos outros. É assim que vamos encontrar onde está a verdadeira magia do Natal.

Eliana Bess d'Alcantara

Psicóloga clínica, CRP 05/33535, especialista em Psicologia Fenomenológica Existencial. Trabalha também num CRAS - Centro de Referência da Assistência Social - que é uma unidade pública que integra os serviços do SUAS – Sistema Único de Assistência Social – cuja finalidade é organizar, coordenar e executar os serviços de proteção social básica da política de assistência. Gosta muito de música, poesia, literatura, e psicologia.

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