Só é possível fazer o diagnóstico deste distúrbio depois dos sete anos de idade, ou seja, perto do final da 1º ano. Mas é importante estar atento.
A dislexia começou por se chamar “cegueira verbal congénita”, até que em 1917 Hinshelwood propôs este termo, para designar a dificuldade que algumas crianças apresentavam na aprendizagem da leitura e da escrita, apesar de possuírem todas as capacidades intelectuais necessárias. Estima-se que cerca de 5 a 10 por cento da população sofra deste distúrbio, sendo que os rapazes são três vezes mais afetados que as raparigas. Dos 25 por cento de crianças que todos os anos ficam retidas no 1º ano do 1º ciclo, cerca de 90 por cento apresentam dificuldades na aprendizagem de leitura e escrita, sem que este problema lhes seja diagnosticado. Contudo, tal como é importante que os educadores estejam despertos para a existência deste problema, também há que não cair na tentação de dizer automaticamente que uma criança é disléxica, só porque esta apresenta algumas dificuldades ao começar a ler.
A dislexia é algo mais complexo e só é possível efetuar o diagnóstico um pouco mais tarde, uma vez que uma má adaptação é frequentemente recuperável. Algumas crianças invertem as letras quando começam a aprender a escrever, mas esse problema é temporário. Assim, não se devem valorizar este tipo de dificuldades antes dos sete anos ou seja, até ao final do 1º ano, embora seja importante estar atento. A dislexia progride muitas vezes de uma forma silenciosa e só quando já existe um historial de insucesso escolar é que todos se apercebem que algo não está bem.
Artigo publicado originalmente em Pais e filhos– Portugal