O charlatanismo é uma palavra que deriva do italiano “ciarlatano.” É similar em português, de “parlapatão”, que significa ludibriar os outros. Os charlatões da Idade Média e da Renascença realizavam shows, com músicos, palhaços e animais para seduzir o público.
Nos períodos seguintes os vigaristas foram se aperfeiçoando. Em geral o charlatanismo e o curandeirismo pode ser caracterizado como prática pseudocientífica. E no ponto de vista criminal é o ato de simular a cura por meio fraudulento.
A presença dos charlatões é comum no mundo inteiro, sobretudo, no âmbito da saúde, da religião, da política e da produção de livros, que levam os fiéis e consumidores a comprarem produtos ou serviços “milagrosos” para curar doenças, entre elas: a AIDS, o câncer e tumores, que geram altos lucros aos clarividentes.
O apóstolo João numa de suas cartas dirigidas às primeiras comunidades cristãs já alertava do perigo dos que se intitulam homens de Deus: “Não deis crédito a qualquer espírito; antes, porém, avaliai com cuidado se os espíritos procedem de Deus, porquanto muitos falsos profetas têm saído pelo mundo.”
Os embusteiros usam um palavreado ostentoso, enganoso cientificamente e mentiroso espiritualmente. O charlatanismo é fartamente denunciado pela mídia e condenado pela justiça. Uma indústria rentável no Brasil, que ilude os espectadores dos programas místicos da televisão, dos vídeos ilusionistas da internet, das palestras de curas sobrenaturais e dos discursos messiânicos.
Esses profissionais do engodo utilizam técnicas de comunicação, de marketing e propaganda, hipnotizando a plateia com emoções primitivas e soluções fáceis, onde combina a física quântica com autoajuda, astronomia com astrologia, economia com numerologia, espiritualismo com medicina, capazes de suplantar o raciocínio lógico.
A prática do charlatanismo me faz lembrar a expressão popular: “nunca bata palmas para maluco dançar”, que está vinculada a lenda de um povo antigo chamado de Os Iracundos. Eram ditos-cujos que cultivavam a raiva e o ódio, que se autodestruíram e vagavam pelo mundo.
Aliás, eram criaturas fortes, cegas e surdas que usavam com muita habilidade arcos e flechas. Poderia se mostrar qualquer verdade para Os Iracundos, mas não ouviam e nem viam. Por isso, falavam que eram loucos. Eles começaram a ir às cidades e só pediam a plateia: bata palmas! As pessoas batiam palmas para verem os loucos dançarem.
Os Iracundos pegavam os arcos e flechas, miravam para cima e atiravam, até sumir no céu milhares de flechas. E a multidão dava gargalhada. Depois da apresentação eles agradeciam e se retiravam. Mas logo as flechas caíam, atingindo crianças e idosos. Em seguida, matava a população inteira.
A fábula dos Iracundos nos ensina que não devemos bater palmas para charlatões/malucos, que irão dançar para magnetizar as pessoas vulneráveis. Assim, o antídoto para o charlatanismo é a educação de qualidade, porque pessoas com senso crítico estão menos sujeitas aos abusos, embustes, extorsões e adoecimento mental e emocional.
***
Nota: Na capa o médium João de Deus, que recentemente foi preso após receber centenas de acusações de abuso.
Por que temos tanta dificuldade em nos livrar de roupas que não usamos? Segundo especialistas,…
Segundo a mãe, a ação judicial foi a única forma de estimular a filha a…
Uma pequena joia do cinema que encanta os olhos e aquece os corações.
Uma história emocionante sobre família, sobrevivência e os laços inesperados que podem transformar vidas.
Você ama comprar roupas, mas precisa ter um controle melhor sobre as suas aquisições? Veja…
Qualquer um que tenha visto esta minissérie profundamente tocante da Netflix vai concordar que esta…