COMPORTAMENTO

A exaustão emocional é bem pior do que o cansaço físico

A vida nunca foi fácil, mas parece que, ultimamente, as coisas pioraram bastante. Existem mais pessoas, mais lugares, mais histórias tendo que conviver juntas, mas as relações compassadamente se fragilizam. Há mais estresse, mais horas de trabalho e isso tudo acaba exaurindo as energias de qualquer um.

A vida moderna nos obriga a passar grande parte de nosso tempo trabalhando. Sob a ótica vigente, de que quanto mais se consome mais gente se é, torna-se necessário um consumismo desenfreado, para que nos vejam como alguém que existe de fato. Junto com o consumismo, caminha a valorização das aparências, da ostentação de grifes, tanquinhos e dentes brancos. E haja dinheiro para poder lapidar o corpo, à imagem e semelhança do estereótipo midiático da perfeição.

Passamos a nos preocupar tanto com o que está lá fora, que acabamos nos esquecendo de ouvir o ritmo de nossa alma, de nosso coração. A busca frenética pelo exterior de contos de fadas nos torna descuidados com os sentimentos, com a essência, com tudo o que realmente vale a pena. Temos que ser bonitos, magros, felizes e ter um salário pomposo. Temos que engolir o choro, pois fraqueza é feio. Temos que ser fortes o tempo todo, mas isso é impossível, ou seja, sofremos todos. Em silêncio.

É preciso, portanto, parar, demorar-se, ouvir o silêncio, pois é assim que conseguimos prestar atenção em nós mesmos. É preciso estar atento aos sinais que nosso corpo manda, às vezes de forma bem discreta, para que o volume das pendências emocionais não cresça e sufoque nossa força, nossas esperanças, nossa fé. É preciso prestar atenção nas dores do corpo, sim, mas sem negligenciar as dores de nossa alma.

A exaustão emocional é mais massacrante do que o cansaço físico, porque, na maioria das vezes, temos vergonha de admitir que não vamos dar conta, que não estamos aguentando, que estamos fracos. Muitas vezes, a gente tem vergonha de chorar. Mas não deveríamos, não poderíamos. Como se vê, é mais fácil repousar um corpo dolorido do que acalmar uma alma exausta.

Foto por Hailey Reed em Unsplash

Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar".

Recent Posts

Para a psicologia, o que significa ter muitas roupas que você não usa?

Por que temos tanta dificuldade em nos livrar de roupas que não usamos? Segundo especialistas,…

14 horas ago

Mãe recorre à Justiça para deixar de sustentar filha de 22 anos que não estuda e nem trabalha

Segundo a mãe, a ação judicial foi a única forma de estimular a filha a…

16 horas ago

Obra-prima da animação que venceu o Oscar está na Netflix e você precisa assistir

Uma pequena joia do cinema que encanta os olhos e aquece os corações.

1 dia ago

O filme da Netflix que arranca lágrimas e suspiros e te faz ter fé na humanidade

Uma história emocionante sobre família, sobrevivência e os laços inesperados que podem transformar vidas.

1 dia ago

Dicas para controlar os gastos e economizar nas compras

Você ama comprar roupas, mas precisa ter um controle melhor sobre as suas aquisições? Veja…

3 dias ago

Minissérie lindíssima da Netflix com episódios de 30 minutos vai te marcar para sempre

Qualquer um que tenha visto esta minissérie profundamente tocante da Netflix vai concordar que esta…

3 dias ago