Por Gastão Ribeiro
A idéia de mudar o mundo vem passando de geração em geração, sendo que cada uma destas tem os seus próprios conceitos, procuras e paradigmas.
Nos últimos 60 anos, três gerações marcaram época e mudaram os valores e o jeito de a sociedade pensar.
Agora é a vez da Geração Y, uma geração cibernética, rápida e questionadora.
Temos várias gerações e formas de pensar:
OS TRADICIONAIS (até 1945) – É a geração que enfrentou uma grande guerra e passou pela Grande Depressão. Precisaram reconstruir o mundo e sobreviver. São práticos, dedicados, gostam de hierarquias rígidas, apegados e sacrificam-se para alcançar seus objetivos.
OS BABY-BOOMERS (1946 a 1964) – São os filhos do pós-guerra, que romperam padrões e lutaram pela paz. Conheceram um mundo reconstruído e, mais otimistas, puderam pensar em valores pessoais e na boa educação dos filhos.
A GERAÇÃO X (1965 a 1977) – É a geração Hippie, Woosdtok, paz e amor. Nesse período, as condições materiais do planeta permitem pensar em qualidade de vida, liberdade, no trabalho e nas relações. Houve o desenvolvimento das tecnologias de comunicação, mas, enfrentaram crises violentas, como a do desemprego na década de 80, também se tornaram céticos e superprotetores.
GERAÇÃO Y (a partir de 1978) – A realidade do mundo é estável, com valorização intensa da infância, com internet, computador e educação mais sofisticada que as gerações anteriores. Ganharam auto-estima e não se sujeitam a atividades que não fazem sentido em longo prazo.
Sabem trabalhar em rede e lidam com autoridades como se fossem uns colegas de turma.
Esta geração hoje são os jovens de 20 e poucos anos, um grupo que está, aos poucos, provocando uma revolução silenciosa. Sem bandeiras, estardalhaço, mas com a mesma força poderosa de mudança. Acreditam que as normas do passado não funcionam, precisam de normas que dêem sentido à vida, acreditam no rápido e fazem outras dez coisas ao
mesmo tempo.
Esta geração foi concebida na era digital, democrática e da ruptura da família tradicional, essa garotada busca o que fazer o que gosta e sempre busca o melhor, é uma geração que busca significado e sentido das coisas. Uma pesquisa da Fundação Instituto de Administração (FIA/USP) realizada com cerca de 200 jovens de São Paulo revelou que 99% dos nascidos entre 1980 e 1993 só se mantêm envolvidos em atividades que gostam, e 96% acreditam que o objetivo do trabalho é a realização pessoal.
Na relação de trabalho pulam de um emprego para o outro, tratam os superiores como colegas de turma. Não são revoltados e têm valores éticos muito fortes, priorizam o aprendizado e as relações humanas.
Acredito que as crianças atuais também poderiam ser também enquadras nesta geração. As crianças atuais foram concebidas na era digital, democrática e da ruptura da família tradicional, essa meninada esta acostumada a pedir e ter o que quer. O que poderíamos chamar de “umbiguismo” das crianças de hoje em dia não é, necessariamente, negativo, pois se tornam aptos a mais realizações pessoais.
Olhando mais de perto descobrimos que eles não são revoltados e têm valores éticos fortes, priorizam o aprendizado e as relações. São crianças e jovens ligados a novos conceitos, muito bem informados, capazes de procurar informações detalhadas sobre o que fazemos com eles.
São crianças plugadas no mundo, provindas de um berço digital, criadas junto com celular, e-mail, MSN, Twitter ou qualquer outra ferramenta de comunicação que venha a surgir no mundo.
Essa primeira geração que não precisou aprender a dominar as máquinas, nasceram com TV, computador e comunicação rápida dentro de casa.
Estudos americanos comprovam que quem convive com ferramentas virtuais desenvolve um sistema cognitivo diferente. Estas crianças acostumadas a usar programas on-line conseguem pontos acima da média, se toram indivíduos multi tarefas, pois são capazes de metabolizar vária coisas ao mesmo tempo, checar Orkut, escutar música e ainda ver televisão.
Os jovens modernos funcionam por meio de redes interpessoais, nas quais todas as peças têm a mesma importância. A Geração Y mudou a forma como nós interagimos. Portanto também são jovens abertos a novos paradigmas, onde técnicas psicosensoriais são muito bem aceitas.
Há cem anos, correr no mesmo lugar era uma escolha viável. A vida se movia mais lentamente e havia pouca probabilidade de que algo extraordinário acontece-se. Mas, hoje em dia, acreditar que o mundo não muda, e é só sofrimento não é mais uma opção. O mundo inteiro está exposto diante de nós. De um jeito ou de outro, temos que acompanhá-lo. O macete é descobrir o que vale a pena acompanhar. Se você quer atingir seu potencial pessoal mais elevado, tem que manter os olhos abertos e ver tudo o que há para ver, para que possa fazer boas escolhas.
A rapidez e a eficácia com que esses novos procedimentos em psicoterapia solucionam problemas criam certo misticismo. Mas o que acontece é que o alívio é instantâneo porque, ao remover o incômodo de muito tempo, põe-se fim ao círculo vicioso da reação emocional conectada ao pensamento. Técnicas como PRI Processamento Rápido de Informações, EMDR, TFT, BSFF, Hipnose entre outras fazem parte deste novo paradigma de psicoterapia como Reeducação Emocional.
As Técnicas Psicosensoriais, como PRI Processamento Rápido de Informação, TFT, TAT, entre outras, tem mudado radicalmente nossas práticas. São perfeitamente conciliáveis com terapia cognitiva, hipnose, outras técnicas tradicionais, o EMDR, entre outras. Alguns clientes vêm relutantemente com pouca esperança de solucionar seus problemas de muito tempo. Quando conseguem solucionar, querem solucionar outros e ainda trazem outras pessoas, familiares e amigos.
Esta nova Geração esta perfeitamente adaptada ao novo paradigma, pois vivem nele. A ideia de acessar redes e circutarias onde os sentimentos podem ser trabalhados já faz parte da realidade e é fácil de entender.
Para eles, a velocidade é outra. Os resultados precisam ser mais rápidos, e os desafios, constantes. Usam uma linguagem veloz, faz tudo ao mesmo tempo e vivem mudando de lugar. A pressa mostra que eles estão ávidos para testar seus limites e continuar crescendo na vida profissional e pessoal. Portanto o profissional de saúde precisa ser alguém ético e competente.
Vivemos em um ambiente onde qualquer um pode ser desmascarado com uma simples busca no Google, portanto o profissional de saúde deve manter clareza e a honestidade nas relações. Os profissionais de saúde devem ser transparentes, alguém com quem se deve trocar ensinar em um setting bastante flexível. Os Terapeutas devem manter com esta nova geração uma relação horizontal, onde haja trocas. O respeito em relação aos superiores ou iguais existe, mas é uma via de duas mãos. Eles só respeitam aqueles que os respeitam, e vêem todos em uma situação de igualdade, portanto se adapte a isto.
No contato com esta geração é preciso flexibilizar hierarquias, agindo em rede, priorizando a ética e a responsabilidade. E, se no passado a questão era saber equilibrar a vida íntima com a profissão, para esta geração isso não é nem sequer questionado: a vida fora do trabalho é a mais importante e ponto final. Eles priorizam ter “estilo de vida”, ou seja, integrar o emprego às necessidades familiares e pessoais – e não o contrário. A grande diferença em relação às juventudes de outras décadas é que, hoje, eles não abrem mão das rédeas da própria vida, criando uma sociedade mais voltada para o ser humano, que é o que realmente importa no mundo.
Mas é preciso, antes de tudo, aprender a conversar com eles, entender e aprender a conversar neste novo paradigma. Ou nós fazemos um filtro no consultório e passamos a atender jovens que não sejam tão Y, ou aprendemos a conviver melhor com a pressa, com a nova forma de comunicação, e aprendemos técnicas mais adequadas aos novos paradigmas desta geração.
Fonte
Apostila de Psicoterapia do Trauma – Módulo 1 – PRI – Processamento Rápido de Informação – 2007 – Gastão Ribeiro.
Apostila de Psicoterapia do Trauma – Módulo 2 – TFT e EFT – Gastão Ribeiro 2006.
Revista Galileo – Geração Y
Scaer, R. (2001). The Body Bears the Burden: Trauma, Dissociation and Disease, Binghampton: – The Haworth Press, 2001.
Acupressure for the emotions: instant emotional healing. Autores: Peter Lambrou e George Pratt
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