Reflexões

A grandeza de Fábio Assunção ao transformar música que o ridiculariza em modo de auxiliar dependentes químicos

Recentemente o grupo musical La Fúria lançou uma música que leva o nome do ator Fábio Assunção. A música, que se transformou rapidamente em hit, faz referência à fama que o ator ganhou nas redes sociais nos últimos anos em razão das polêmicas em que se envolveu e do fato, já exaustivamente explorado e debatido por revistas e programas de fofoca, de que Fábio Assunção luta há algum tempo contra a dependência química.

Muitos outros artistas certamente teriam, no lugar de Fábio Assunção, procurado resolver o problema judicialmente, processado os compositores da música em questão, mas Fábio enxergou nessa situação uma oportunidade de colocar em pauta a importante discussão sobre o enfrentamento à dependência química e sobre a necessidade de amparo aos que passam pelo sofrimento causado pela dependência. O ator e os músicos entraram em um acordo e “100% dos valores arrecadados com a música serão doados para as instituições A e B que vamos informar posteriormente como um ato irmanado entre quem sente essa dor e quem tem voz para ampliar a conscientização das pessoas.”

Segue abaixo o vídeo e o texto que o ator publicou no Facebook:

“Oi Gente… eu não pretendia tornar esse assunto público por vários motivos, mas a imprensa resolveu comentar e os meninos foram bem generosos fazendo o video deles explicando nosso acordo sobre a música Fabio Assunção.
Antes de qualquer coisa eu preciso falar com as pessoas que passam pelo mesmo problema que eu. Eu não endosso, de maneira nenhuma, essa glamourização ou zueira com a nossa dor. Minha preocupação é com quem sente na pele a dor de ser quem é. Com as suas famílias.

Para além disso, eu quero dizer que jamais me passou pela cabeça censurar a criatividade das pessoas, quando vi a tal zueira tomar proporções gigantescas como a música. Mas entre não censurar e deixar de conscientizar, existe um abismo que não me conforta.

15% das pessoas do mundo tem problemas de adicção. É muita gente sofrendo por não conseguir controlar suas compulsões e eu acho importante lembrar a todos que isso não tá escrito na certidão de nascimento. Todo mundo começa do mesmo jeito. Achando que tudo bem. E pode não terminar tudo bem.

Foi pensando nisso que eu, minha equipe de comunicação e o corpo jurídico que me atende, decidimos entrar em contato com os meninos e tornar essa história um ato propositivo de ajuda a quem precisa e de conscientização de quem pode ainda acreditar ser um super herói. 100% dos valores arrecadados com a música serão doados para as instituições A e B que vamos informar posteriormente como um ato irmanado entre quem sente essa dor e quem tem voz para ampliar a conscientização das pessoas.

Nós não somos super heróis. Cuide de vc, cuide de quem você ama, cuide dos seus amigos nas festas. Seja responsável. Olhe pro outro e pra você, e se estiverem passando dos limites, ativem o modo! Lembrem que o Fabão aqui respeita a zueira, ama a brincadeira, mas quer vocês bem e vivos! Fortes, felizes e conscientes de seus atos e de suas vidas.”

Fonte: Revista Pazes

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