Apegar, criar laços, ligar, são elementos encontrados nos relacionamentos sociais, seja na amizade, no amor, no trabalho, na família, as pessoas procuram aconchego e sim, esta é uma necessidade humana. E a vida é constituída de pedaços, lembranças e vivências, desde as mais remotas e alegres até as mais inconscientes e tristes. Desta forma, o apego é necessário.
Frequentemente ouve-se que desapegar é necessário e tudo mais, entretanto, o apego tem grande e importância para a vida afetiva das pessoas. Porém, não confunda o apego com uma forma de total dependência, o tratado aqui possui influência na vida, é desenvolvido logo na primeira infância e está relacionado com a maneira afetiva de cuidados entre bebê e cuidador.
O psiquiatra e psicanalista Bowlby, um dos grandes estudiosos sobre essas relações, desenvolveu a chamada “Teoria do Apego” onde fez ligações entre vínculo entre mães e crianças, entendendo que essa conexão é de grande relevância, pois se trata de uma saciedade que não é apenas fisiológica, mas de carinho, um desejo íntimo de amor, uma fome da alma.
Através da teoria de Bowlby, pode-se observar as consequências psíquicas para as crianças que sofreram com a separação e perda de suas respectivas famílias ocasionadas pelas guerras, como analisar também o comportamento de meninos e meninas que foram rejeitados pelos pais e a relação às vezes, conflituosa e agressiva nos seus relacionamentos.
Na infância, uma criança que não obteve suas necessidades atendidas, possivelmente, tão logo, quando maior, buscará apoio mais frágeis, se verá assim, dependente de uma relação tóxica, com muitas inseguranças e medos. Muitos não sabem, mas o primeiro período de vida de uma criança e até a sua vida uterina está diretamente relacionado a sua vida adulta, pois as pessoas se desenvolvem a partir da vivência de toda uma vida, até porque um inteiro é fruto da construção e junção de partes. Essas que são os aprendizados, os sofrimentos e tudo aquilo que se absorve quando pequenos.
O comportamento do apego é entendido como a maneira que a pessoa apegada mantém a fim de formar o vínculo afetivo, já o apego é a estima, a ligação. E existem alguns estilos de apegos, estes podem ser encontrados como: seguro – entendido como fruto de uma boa relação entre mãe e bebê, a criança quando bem atendida, tenderá a adquirir uma postura mais segura em sua vida adulta; ambivalente – quando separada das pessoas com que possui afeto, o indivíduo segue com sentimentos ambíguos, quando crescido poderá, deste modo, ser mais preocupado e inseguro nas suas relações; evitativo – com um comportamento mais distante, a pessoa possui mais resistência, podendo assim ter dificuldades em adquirir segurança nos seus relacionamentos. Vemos, deste modo, que a vida possui um enlace próprio, é preciso tão logo, compreender que as pessoas são diferentes e possuem suas necessidades e que a infância é um processo muito importante para o indivíduo, que traz efeitos futuros marcantes e relevantes.
Como tudo na vida há a possibilidade de mudança, as pessoas têm a chance transformar aquilo que impede de ter um relacionamento saudável, através da compreensão da história de vida e do amor próprio, a interação com o outro não se torna tóxica, de dependência ou de projeção, mas prazerosa. Como pessoas livres, capazes de escolher, o futuro é a construído no presente, logo prefira ser o escritor da sua história. Como bem diz Los Hermanos (na canção O Velho e o Moço): “Ah, se o que eu sou é também o que eu escolhi ser aceito a condição”.
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