Este texto objetiva elucidar a população do que se trata a Oniomania, bem como oferecer recursos e estratégias de enfrentamento para lidar com este distúrbio, de modo a dirimir o sofrimento e, consequentemente,melhorar a qualidade de vida de quem sofre deste transtorno.
Oniomania é o impulso incontrolável de comprar algo que não apresenta real necessidade, onde a pessoa não dispõe de recursos financeiros ou que este supere seu orçamento para efetuar o pagamento destas dívidas, dificultando ou mesmo prejudicando seus compromissos, sua qualidade de vida, bem como a de terceiros. Vale a pena salientar que, no caso em que a pessoa mesmo tendo condições financeiras mas não controla o impulso de comprar, abarrotando objetos que não sabe sequer quando (e se) vai usar, também pode sofrer de oniomania, pois a característica central do transtorno não é a condição socioeconômica, e sim a dificuldade ou mesmo incapacidade de controlar este mesmo impulso. A oniomania ou Transtorno do comprador compulsivo tem acometido cada vez mais pessoas em todo o mundo, chamando atenção da Organização Mundial de Saúde diante das estatísticas cada vez mais alarmantes. Acomete mais mulheres que homens, podendo ser crônico ou recorrente. Sintomas da Oniomania:
Como foi elucidado, observamos como sintomas característicos, “o comprar pelo prazer de comprar”, não havendo necessidade nem funcionalidade de uso do objeto, sendo muito comum a compra do mesmo de cores diversificadas ou em número excessivo, com o intuito de usá-lo posteriormente. Quanto à sintomatologia de abstinência, podemos enumerar em casos mais brandos a irritabilidade, e em casos extremos ou patológicos, a sudorese, a dispneia e o impulso incontrolável para a compra. Neste último caso, a oniomania não se diferencia dos sintomas característicos da síndrome de abstinência de drogas como cigarro e álcool, bem como dos jogos patológicos e da nomofobia (vício a smartphones, tablets e computadores). Sendo assim, o ato de comprar se torna distúrbio quando a pessoa tem pensamentos intrusivos que somente serão aliviados quando a pessoa efetua o ato de comprar, trazendo prejuízos econômicos, sociais e relacionais.
A Oniomania apresenta muitas características em comum com o TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), tais como o acúmulo de objetos, as obsessões (pensamentos intrusivos), a compulsividade para aliviar a ansiedade provocada pelas obsessões, bem como o sentimento de culpa após efetuar o ato da compra. No entanto, se diferencia do TOC, visto que os oniomaníacos apresentam apenas o ritual de comprar, mas não os rituais de verificação, limpeza, simetria, superstição, dentre outros sintomas que caracterizam o TOC. No entanto, isto não implica que a compulsão por compras não possa estar presente como comorbidade no Transtorno Obsessivo Compulsivo.
Assim como em qualquer transtorno, existem questões subjacentes de cunho psicológico que são deflagradores preditivos de comportamentos de adicção os quais se configuram como mecanismos de defesa para lidar com a carência afetivo-emocional, a baixa autoestima, a necessidade de autoaceitação, de inclusão social e o vazio existencial que norteiam nossa atual sociedade hedonista, descartável e imediatista. É necessário rever os valores que direcionam nossa vida, para nos conscientizarmos do que de fato é importante para mantermos nossa tranquilidade e paz de espírito, apesar dos condicionamentos e apelos da mídia e do marketing.
O primeiro passo para a cura é a auto aceitação. Procurar se auto perceber, se avaliar, se auto questionar sobre suas reais necessidades. Neste caso, procurar compreender qual a função do comportamento de compra na vida do indivíduo, que vazio emocional está tentando preencher, quais conflitos existenciais está tentando anestesiar através da obtenção de objetos pessoais. Sendo assim, é necessário compreender o que existe por trás do desejo irracional por comprar, para que, a partir da ajuda de um psicólogo possam ser modelados novos comportamentos. Torna-se necessário que o indivíduo saiba administrar o que lhe proporciona prazer e bem estar, de modo que estes não se configurem posteriormente como uma dependência. Caso tenha se identificado com o artigo e acredite que necessite de ajuda profissional, uma ótima recomendação é a psicoterapia e as redes sociais de apoio.
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