O conceito sociológico de politicamente correto é não pronunciar palavras discriminatórias, tão berrantes em nosso cotidiano, desse modo estaremos colaborando de maneira consciente para construir uma sociedade mais igualitária e inclusiva. Um sujeito politicamente correto sabe utilizar uma linguagem respeitosa, que não dá vazão a fala estereotipada, que não faz referências preconceituosas contra pessoas ou grupos sociais.
A psicologia budista nos ensina a fala correta, que é não falar com crueldade, a não gritarmos, a não caluniarmos, a não amaldiçoarmos, pois quando dizemos algo venenoso, isso em geral se origina da força do hábito. As palavras são instrumentos poderosos. Elas podem gerar um complexo em uma pessoa, tirar sua vontade de viver, ou mesmo levar alguém ao suicídio.
Mas a fala politicamente incorreta é um discurso que não mede as consequências em revelar seus os preconceitos sem nenhuma preocupação ética. Essa linguagem na maioria das vezes se expressa, como “eufemismo” para legitimar o antissemitismo, a xenofobia, a homofobia, o estupro, o racismo, o machismo e outras formas de ofensas.
Os grandes meios de comunicação e as redes sociais têm contribuído com a propagação das tecnologias das “falas venenosas”. Por isso, cresce a paixão pelo discurso autoritário, aquela fala que dá legitimidade a força e o poder de um ou muitos indivíduos frente aos demais, que portam uma ideologia fundada no autoritarismo que nega, de modo geral e distinto, a igualdade entre as pessoas e sobrevalorizam o princípio da hierarquia.
Esse tipo de preconceito, não depende de uma pessoa ser de direita ou de esquerda, pobre ou rica, religiosa ou não, escolarizada ou analfabeta, negra ou branca, porque isso é uma atitude ou ideia deliberada com açodamento e sem qualquer base razoável, sendo um juiz avesso em relação a objetos, pessoas, culturas, etnias ou jeito de ser e viver. Manifestando uma concepção pejorativa que vê nos outros um perigo a ser combatido.
O preconceito e fala incorreta estão ancorados no narcisismo, que está carregado de ódio a diversidade humana, que se nutre na lógica da sexualidade infantil, onde o sujeito fantasia ser detentor de atributos superiores, o que daria ele a exclusividade de rebaixar aqueles que são diferentes.
Para ser libertar do preconceito, é necessário renunciar amor narcísico caso contrário, o indivíduo irá se afogar na sua própria imagem e perderá a sua capacidade de compreender a si mesmo e perceber que no mundo existem 7,2 bilhões de pessoas diferentes. Porém, não precisamos anular a subjetividade, pois a vida em direção ao processo dialético aceita a diferença humana, sem perder a sua identidade.
Enfim, é a partir do pensar a diferença que se abrirá a perspectiva generosa de aceitar a diversidade. Diante disso, em vez de nos desequilibrarmos com a diferença, poderemos ter acesso ao crescimento cultural, espiritual e mental.
Imagem de capa: Shutterstock/vchal
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