A psicologia e a busca pela felicidade

Por muito tempo, a psicologia se dedicou a classificar e tratar os transtornos da mente. A crença da sociedade de que apenas “louco” fazia tratamento psicológico não era tão descabida assim. Apesar de todos os avanços no conhecimento e nos tratamentos de problemas psicológicos, alguns pesquisadores e profissionais começaram a perceber que mesmo conseguindo retirar os sintomas de um paciente, isso não era garantia para que ele se sentisse realizado, feliz.

Além disso, os estudiosos perceberam ainda que muitas pessoas não tinham um transtorno mental definido, mas mesmo assim não eram felizes. Incomodados por esses questionamentos, os psicólogos Martin Seligman e Mihaly Csikszentmihalyi, a partir da década de 90, começaram a desenvolver inúmeros estudos que futuramente revolucionariam a psicologia. Os estudos focavam em questões como: o que diferencia uma pessoa que tem a capacidade de superar situações drásticas daquelas que costumam sucumbir diante dos mesmos problemas? Quais são os fatores que costumam dar sentido para a vida de um indivíduo? O que está relacionado com a sensação de bem-estar e como ajudar as pessoas a se sentirem com maior satisfação?

Desses estudos, surgiu a psicologia positiva, que ao invés de procurar remediar os problemas, busca desenvolver as competencias do indivíduo, a partir da ideia de que a pessoa tem a capacidade de superação e de se sentir realizada. A partir desse enfoque, a psicologia positiva busca promover saúde e ajudar as pessoas a alcançarem a tão sonhada felicidade. Afinal, o que felicidade?

Para essa abordagem, a felicidade é um estado de plenitude que, apesar de ser individual, contém essencialmente cinco elementos:

  1. Emoções positivas: uma pessoa feliz costuma experimentar mais emoções positivas que negativas (numa proporção de 3:1), como gratidão, prazer, inspiração, alegria, etc.
  2. Engajamento: Se sentir verdadeiramente comprometido com as atividades do dia-a-dia é um elemento relevante para ter a sensação de plenitude. Isso costuma acontecer quando as atividades realizadas fazem com que o indivíduo tenha a atençao totalmetne voltada para o que está fazendo, sem que outros pensamentos invadam a mente; sinta-se desafiado e, após a realização da atividade, sinta prazer.
  3. Relacionamentos positivos: esse é, sem dúvida, o mais importante fator. Os relacionamentos saudáveis dão sentido à vida do indivíduo e podem o auxiliar em momentos mais desafiadores.
  4. Propósito de vida: é o sentido que o indivíduo da à sua vida que faz com que ele persista diante das dificuldades e busque seus objetivos e sonhos.
  5. Conquista: a sensação de alcançar o que deseja é um importante ingrediente da felicidade para muitas pessoas. Essas conquistas podem ser das mais corriqueiras, como se superar em um treino físico, como podem ser grandes realizações de sonhos, como passar em um concurso público ou se formar em um curso de graduação.  

A psicologia positiva revolucionou o conhecimento e os cuidados com o ser humano por dois motivos. Primeiro, por criar técnicas e ferramentas para que as pessoas se desenvolvam e sintam-se mais realizadas e satisfeitas com a vida. Segundo, por comprovar que a felicidade é possível para todos e que, portanto, os serviços de psicologia são democráticos e podem ser oferecidos para qualquer pessoa que queira compreender e buscar o seu próprio caminho para uma vida com mais propósito.






Psicóloga, coach, master practitioner em PNL, especialista em psicopatologia clínica, mestre em ciências, doutora em saúde coletiva e sócia-proprietária da Onmental Espaço Terapêutico