A traição conjugal é um fenômeno na história da humanidade, mas não se têm notícias de uma civilização que considerasse normal o adultério, uma vez que é um elemento de intensa desaprovação moral e religiosa, que permanece sendo punido de uma forma ou de outra pela sociedade.
Não é o objetivo deste artigo entrar na discussão se são os homens ou as mulheres que mais traem e muito menos apontar um olhar moralista e piegas sobre o assunto. No entanto, ele evidencia que a infidelidade causa graves consequências à saúde mental e física dos casais: depressão, ansiedade, insônia, baixa autoestima, doenças sexualmente transmissíveis, brigas, vinganças, abusos, mortes, suicídios etc.
A palavra adultério vem do latim “ad alterum torum”, quer dizer na cama de outro. Esse termo pode ser usado tanto para definir a infidelidade em um relacionamento entre dois indivíduos, quanto na sua forma falada ou simbólica, refere-se a algo que foi fraudado. A diferença do conceito de traição e adultério é imperceptível, porém, para fins legais, considera-se adultério uma relação extraconjugal, desde que haja o contato íntimo entre as partes.
Há uma extensa análise e literatura sobre o tema, que ganhou censura na Bíblia, concupiscência na antiga Grécia, status laico na antiga Roma e intrigas nos palácios medievais. Na sociedade contemporânea massificou-se nos filmes, nas novelas, nas artes, nas canções e nas mídias digitais, instigando ou hipnotizando gente de todas as classes sociais.
As pesquisas indicam que os homens e as mulheres traem na mesma medida, apresentando características comuns: infiéis crônicos, infiéis eventuais, infiéis ansiosos, infiéis dissimulados e infiéis virtuais. Mas de qualquer jeito, a traição é muita dolorosa, não faça isso, primeiro termine o seu relacionamento!
E não funciona mais a tese de que a infidelidade “apimenta” a relação, já que cedo ou tarde ela será descoberta e implicará na quebra total da confiança, que na maioria dos casos é irrecuperável.
Do ponto de vista psicanalítico, os infiéis minimizam os riscos da traição e manifestam enormes dificuldades de amar e serem amados, contudo, eles terão que enfrentar os duríssimos efeitos das perdas emocionais, familiares e econômicas. É importante lembrar que no passado o adultério era considerado um escândalo e hoje continua deixando traumas no coração e na mente das pessoas traídas.
Entretanto, não adianta implorar por perdão e persistir na infidelidade, gerando mais sofrimento e decepção, que revela o mau-caratismo. Afinal, se alguém está infeliz no seu relacionamento tem todo o direito de separar-se, mesmo que a outra pessoa sofra.
Jackson Buonocore
Sociólogo e psicanalista
Imagem de Thomas Wolter por Pixabay
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