Abra a mente: tudo o que nunca te contaram sobre o vício em drogas

Enquanto a questão das drogas segue matando e dizimando famílias ao redor de todo o mundo por receber um tratamento de criminalização ao seu consumo, tem pessoas que sabem que a violência não vai resolver nada.

Profissionais de saúde estão realmente trabalhando para tentar avançar o debate acerca das drogas e dos viciados.

Resumindo: tem gente que sabe que o buraco é muito mais embaixo. Que matar os viciados nunca vai resolver nada.

E por isso propõe uma nova forma de olhar para o vicio.

Desmistifica a questão que sempre é respondida de forma simples de que são as drogas que provocam os vícios. Vai mais fundo, e olha para o indivíduo em vez de olhar para as drogas.

Para compreender como funciona esta nova proposta de abordagem sobre o vício, veja o vídeo abaixo.

Clique no play e lembre-se de habilitar as legendas em português no menu do vídeo.

 

Um novo olhar sobre o vício

Para você, o que causa o vício da heroína?

Partindo da premissa de que as pesquisas anteriores consideravam que o vício seria provocado pela própria droga, o autor Johann Hari busca direcionar o foco ao viciado e não ao vício em si, apresentando novos estudos e percepções, que muitas pessoas nunca conseguiram imaginar sobre a questão do vício em qualquer droga.

O primeiro exemplo compara os viciados em heroína àqueles que tomam muita morfina para aliviar a dor nos hospitais.

Os pacientes saem de lá viciados?

A tendência é de que não, pois então, teríamos uma sociedade com ainda mais viciados.

A partir disso, ele começa a dizer que o ambiente em que a pessoa está inserida é um dos fatores que farão com que ela se torne uma viciada durante determinado tempo.

O experimento: o parque dos ratos

Ao longo do século XX, os estudos que se destinavam a analisar a origem de um vício mantinham-se focados em estimular o consumo da própria substância.

Isto é, o experimento mais comum era colocar ratos em uma gaiola fechada com dois potes de água, sendo que em um estava água pura e, no outro, havia água com alguma substância (cocaína ou heroína) buscando identificar que o rato seria, assim, um viciado compulsivo, já que a maioria deles sempre optava pelo frasco com a droga.

Olhando estes resultados, o professor de psicologia Bruce Alexander decidiu inovar e propôs o que viria a ser conhecido como o Parque dos Ratos.

Basicamente, um lugar em que os ratos têm muitas coisas para se distrair, como rodas, bolas, mas principalmente, a companhia de outros ratos com os quais podiam interagir e até mesmo formar uma família.

Percebendo que a maioria dos ratos que foram colocados no Parque não se tornaram viciados, ou seja, preferiram tomar a água pura ao invés daquela “aditivada”, o professor encontrou o “x” da questão para apresentar uma nova abordagem sobre o vício.

O vício é a desconexão

Levando em conta diversas correntes psicológicas e filosóficas de que “o indivíduo é produto de seu meio”, a nova forma de analisar o vício propõe levar em conta as condições socioculturais a que a pessoa está envolvida para determinar se ela terá ou não uma predisposição maior ao vício de determinada droga.

Nesse sentido, o vício seria condicionado a como o indivíduo se sente no ambiente em que está. Se ele estiver bem adaptado ao ambiente em que vive emocionalmente, terá menos chances de ser viciado do que alguém que não está.

Desta forma, o estudo coloca o vício como um sintoma da desconexão da pessoa com o seu meio. Para suprir esta suposta desconexão, é que o indivíduo se torna um viciado, de acordo com esta nova perspectiva.

Fontes: metro.co.uk, ted.com.

TEXTO ORIGINALMENTE PUBLICADO EM AWEBIC

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