Na última quinta-feira (9), um acidente aéreo impressionou os moradores de Ubatuba (SP) e gerou perplexidade pela sequência dos eventos e pelo desfecho: um avião atravessou uma avenida, colidiu em uma praça, explodiu e caiu no mar. Das cinco pessoas a bordo, o piloto morreu, mas os demais passageiros – um pai, uma mãe e duas crianças – sobreviveram.
A sobrevivência surpreendente da família gerou questionamentos sobre como isso foi possível. Para entender o ocorrido, o g1 convidou especialistas em aviação e resgate: Gerardo Portela, especialista em gerenciamento de risco; Miguel Angelo, diretor de segurança operacional da Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves; e a Capitã Érica Ramalho, que liderou o resgate das vítimas.
De acordo com os especialistas, uma série de obstáculos no trajeto da aeronave ajudou a reduzir progressivamente sua energia antes de atingir o mar. “Cada obstáculo – gramado, gradil do aeródromo, equipamentos da praça de skate, mureta, areia – tirou um pouco da força do avião sem provocar uma parada brusca. Isso foi essencial para evitar uma tragédia maior”, explicou Gerardo Portela.
Quando o jatinho alcançou a praça de skate, o tanque de combustível, localizado nas asas, foi rompido, provocando uma explosão que separou as asas da fuselagem. Essa inicial consumiu a maior parte da explosão de combustível, impedindo que o fogo se espalhasse de forma devastadora. “A fuselagem contínua intacta até a praia, o que foi determinante para a sobrevivência dos passageiros”, detalhou Portela.
O fogo que restou na fuselagem ficou parcialmente contido quando a estrutura entrou em contato com a água do mar.
Ao atingir a praia, o nariz do avião tocou a areia e a aeronave capotou. Nesse movimento, a energia restante do impacto foi absorvida pela parte frontal, onde estava o piloto. A cabine dos passageiros, por sua vez, foi preservada, contribuindo para a segurança da família.
Embora não esteja confirmado, é provável que os especialistas utilizem cintos de segurança. “É a explicação mais lógica para que eles saíssem sem lesões aparentes. Sem cinto, seria praticamente impossível sobreviver a esse tipo de acidente”, afirmou a capitã Érica Ramalho.
O pai, que estava consciente, desempenhou um papel crucial no resgate. “Ele conseguiu ajudar as crianças a saírem e abriu a porta do lado oposto ao que estávamos trabalhando. Saiu orientado e lúcido”, contou o capitão Ramalho. Infelizmente, o piloto não teve a mesma sorte e morreu preso às ferragens.
Para Portela, o estágio é resultado de uma combinação rara de fatores. “Foi um daqueles milagres que acontecem com a física e sua interação em situações extremas”, resumiu o especialista.
O caso segue sob investigação, mas já é visto como um episódio extraordinário, em que a interação entre engenharia, ambiente e ações humanas permitiu a preservação de vidas em um cenário de alta gravidade.
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Crédito da foto destacada: Divulgação/PMESP
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