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Adotar um pet como membro da família: sinal de saúde ou de carência patológica?

Vivemos em uma sociedade em que todos estão conectados e ao mesmo tempo “sozinhos à própria sorte”. São mulheres ou homens que decidem ter uma vida independente de casamento, idosos que moram sozinhos ou até crianças, carentes de convívio efetivo familiar. Diante desse contexto, a criação de um pet tem ganhado uma importância cada vez maior na vida das pessoas. Animais são considerados membros da família, ganham presentes, festas de aniversário, regalias….mas será que isso é um fator positivo? Ter um animalzinho como um membro da família promove bem-estar ou representa uma descompensação psíquica, advinda de um carência patológica ou dificuldade de relacionamentos?

É possível identificar uma série de pesquisas que avaliam o papel do animal para o bem-estar humano. É consenso de que a interação entre esses seres não representa apenas uma companhia mútua, mas também, e principalmente, promove trocas de vivências emocionais, psicológicas e, inclusive, físicas entre eles.

Dentre os principais benefícios dessa interação, destacam-se:

Os animais são terapêuticos. É disseminada em todo o mundo a prática de utilização de um animal para terapias específicas com pessoas com necessidades especiais. Cavalos costumam ser utilizados em terapias com crianças autistas, botos/golfinhos com crianças com paralisia ou alguma deficiência física; cachorros, em terapia com crianças internadas em hospitais, etc. Os animais são instrumentos de socialização dessas crianças e promovem trocas de afeto. Para crianças com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, ter um animal de estimação pode ajudá-las a acalmarem-se, terem uma rotina e serem mais responsáveis a partir do cuidado do pet. Além disso, a brincadeira com um animal permite a criança liberar a sua energia excessiva, tranquilizando-a para o resto do dia.

Os animais aumentam a sensação de bem-estar. Comprovadamente, a interação entre a pessoa e seu pet auxilia na redução de cortisol ( hormonio do estresse) e no aumento da produção da serotonina ( hormônio do bem-estar). Nesse sentido, é recomendado que pessoas que sofrem de depressão tenham um animal de estimação. Isso porque a doença costuma fazer com que a pessoa se sinta isolada, desamparada, o que pode ser amortizado com o amor incondicional que o pet costuma dar para o dono. Além disso, a troca de carinho com o animal é reconfortante e a pessoa costuma se sentir mais útil e importante sendo responsável por seu “filho – pet”.

A criação de um pet pode ser fator de proteção de alergias e asma. Está comprovado que as crianças que crescem na presença de um cão ou gato possuem menos chances de desenvolver alergias ou asma.

O dono de um pet costuma ter maior socialização na comunidade em que vive. As responsabilidades relacionadas a criação de um animal ( como os passeios para o animal atender suas necessidades fisiológicas) e até o carisma que o animal desperta nos outros costumam fazer com que o dono interaja com outras pessoas para trocar informações sobre o seu animal de estimação.  Há uma tendência natural dos donos de pet conversarem entre si, por exemplo, enquanto os animais brincam, fato promotor de socialização e bem-estar.

Os animais são estímulos de vida saudável. Os donos de pet costumam ser mais ativo e apresentam menos chances de obesidade do que aqueles que não possuem um animal de estimação. Levar para passear ou até brincar com o pet faz com que o dono se exercite, além de ser uma fonte rica de bem-estar.
Por tudo isso,  não resta dúvidas de que a presença de um animal na vida das pessoas promove saúde e torna as pessoas mais humanas e felizes, além de ser um ótimo remédio para aqueles que se sentem sozinhos.  

Maíra Mendes dos Santos

Psicóloga, coach, master practitioner em PNL, especialista em psicopatologia clínica, mestre em ciências, doutora em saúde coletiva e sócia-proprietária da Onmental Espaço Terapêutico

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