Vimos, no meu artigo anterior que, embora estejamos constantemente fazendo escolhas, nem sempre estamos preparados emocionalmente para conviver com algumas perdas geradas por essas mesmas escolhas.

Dando continuidade a essa reflexão, gostaria de convidar  você  a questionar-se  a sobre as escolhas que tem feito durante sua vida.

Você está satisfeito com as escolhas que tem feito ao longo da sua vida?

Quando você fez / faz essas escolhas, foi ouvindo quais verdades?

Você, caso pudesse, mudaria alguma das escolhas relevantes que fez?

Via de regra,  não temos o hábito de  questionarmos sobre nossos sentimentos e pensamentos e aí reside a dificuldade de nos conhecermos nossa essência.

Ainda retomando o artigo anterior, vimos que nem sempre nossas escolhas são feitas com a atenção e a intencionalidade devidas e, mesmo quando são, fazemos   isso seguindo nossas “verdades internas”.
Essas “verdades” são criadas por crenças e funcionam como  mapas, através dos quais nos direcionamos  no nosso dia a dia, nas mais diversas situações.

Ocorre que, dificilmente, verificamos esses mapas para entender se eles correspondem aos nossos reais anseios, desejos e sentimentos. Isso, porque boa parte desses mapas não foram desenhados por nós, uma vez que, ao longo da vida, vamos incorporando uma série de “verdades” vindas do ambiente que nos cerca, e é por isso que para Carl Jung, “todos nós nascemos originais e morreremos como cópias”.

Daí resulta que nem todas as escolhas feitas por nós, obedecem nossos reais desejos. É comum caminharmos mais ao encontro daquilo que os outros esperam de nós, do que aquilo que, efetivamente, esperamos de e para nós mesmos.

Um exemplo clássico, são as escolhas feitas pelos jovens, ao buscar a carreira profissional. É com grande frequência que os vemos escolhendo as mesmas profissões dos pais, por sentirem que devem seguir a tradição profissional da família e é com a mesma frequência que encontramos jovens abandonando os cursos, ou se tornando profissionais pouco motivados e frustrados.

Isso, porque o que eles realmente desejavam, ficou para segundo plano, uma vez que seus reais sonhos e desejos não foram observados.

Em virtude disso, pode ocorrer a perda de sentido na vida, o que  gera, ao longo do tempo, aquilo que em Logoterapia, chamamos de Vazio Existencial, fonte geradora de processos depressivos e outros adoecimentos emocionais.

Dessa forma, entendermos a necessidade de ouvir nossos reais desejos e anseios, é caminho seguro para escolhas seguras e geradoras de satisfação.

Vamos refletir?

Monica Martinez de Seixas

Formada pela Universidade Nove de Julho Psicóloga Clínica, atua com foco no auxílio a processos do luto e de emagrecimento, através da abordagem Logoterapia, que entende a relevância da busca do sentido da vida e vê o homem como sendo capaz, através de escolhas conscientes, de se tornar o protagonista da própria existência. Iniciou o projeto Vamos Refletir? cujo objetivo é levar a psicologia a todas as pessoas, indistintamente, através dos Vlog e Blog criados por ela, bem como através da atuação como colunista.

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