Por Raquel Brito
A amizade é um elemento protetor da nossa saúde psicológica e física. Está comprovado que o isolamento tem grande incidência na mortalidade; de fato, existem pesquisas que afirmam que a falta de apoio psicológico pode causar efeitos nocivos sobre a saúde equivalentes ao tabaco, à pressão arterial elevada, ao nível de colesterol elevado, à obesidade ou à falta de exercício físico.
Neste sentido, podemos afirmar que os laços estreitos que criamos com os outros duplicam nosso bem-estar e dividem a angústia pela metade. Porque criar relacionamentos emocionais próximos nos fortalece, não há dúvida quanto a isto.
É verdade que não é fácil conseguir uma proximidade psicológica realizadora com as pessoas que nos rodeiam, pois muitas vezes as decepções nos fazem preferir a solidão. Contudo, enquanto esta mesma solidão não se transforma em isolamento, nossa saúde não precisa ser prejudicada.
Estar rodeado de pessoas que nos amam nos torna psicologicamente fortes e previne dificuldades emocionais derivadas de questões diversas como um divórcio, um obstáculo financeiro ou uma doença.
Isto é, ter amigos nos ajuda a dividir o estresse. É maravilhoso poder ter um confidente, uma pessoa que possa nos oferecer ajuda, conselho ou um ombro no qual chorar. Só a presença de pessoas queridas nas nossas vidas diminui o impacto dos contratempos diários com os quais temos que lidar.
Portanto, a qualidade e a frequência dos nossos relacionamentos de amizade parecem ser chave na hora de reduzir o mal-estar e a angústia que as vezes nos prende. As palavras de Robin, em “As intrépidas aventuras de Robin Hood”, ilustram esta questão:
«Fale livremente e revele suas aflições. O fluir das palavras apazigua o coração de quem sofre; é como abrir as comportas quando a represa ameaça transbordar».
O psicólogo e pesquisador James Pennebaker comprovou experimentalmente que falar dos problemas que mais nos preocupam tem um efeito benéfico para nós a nível físico e psicológico. Ou seja, falar com nossos amigos fortalece a nossa saúde.
Quando falamos de habilidades emocionais nos referimos a nossa capacidade de reconhecimento, canalização e domínio dos sentimentos próprios, da empatia e dos sentimentos que aparecem nos relacionamentos sociais.
Portanto, não é de estranhar que quando temos bons amigos ao nosso redor consigamos fortalecer nossas habilidades emocionais. Isto, por sua vez, nos permite ter uma melhor disposição para que os outros se aproximem de nós (e vice-versa), de modo que teremos mais opções de criar relacionamentos significativos.
Essa sensação maravilhosa da amizade, de ter um cinto de segurança emocional que nos protege, não se compara a nada. Sentir que somos queridos não é apenas animador, como também estimulante e revitalizante.
Ser consciente de que alguém quer te ver, falar com você e saber como você está cria um status emocional que nos resgata do abismo em infinitas situações. Por isso, pode ter certeza de que essas pessoas de quem você tanto gosta constituem uma parte importantíssima do seu salva-vidas.
Neste sentido, é bom registrar aqui uma passagem da novela “O palácio da Lua” de Paul Auster, que reflete magnificamente o que comentamos:
“Naquele momento eu o ignorava, é claro, mas sabendo o que agora sei, me é impossível ignorar aqueles dias sem sentir uma onda de nostalgia dos meus amigos. De certa forma, isso altera a realidade do que eu vivi.
Eu tinha pulado da beira do penhasco e exatamente quando estava a ponto de bater no fundo, aconteceu uma coisa extraordinária: fiquei sabendo que havia pessoas que gostavam de mim. Ser querido desse jeito muda tudo.
Não diminui o pavor da queda, mas dá uma nova perspectiva do que esse pavor significa. Eu tinha pulado da beira e então, nesse último instante, alguma coisa me pegou no ar. Essa alguma coisa é o que defino como amor.
É a única coisa que pode deter a queda de um homem, a única coisa poderosa que pode anular a lei da gravidade.”
Não se esqueça: um sorriso, uma conversa ou uma palavra de ânimo são verdadeiros salva-vidas que nos mantêm a salvo quando caímos na prisão do medo e do mal-estar.
Goleman, D. (2001). Inteligência emocional. Editora Kairós. Barcelona.
Imagem de capa: Shutterstock/Kanjanee Chaisin
TEXTO ORIGINAL DE A MENTE É MARAVILHOSA
"Ela ficou apavorada e disse que a dor de ser acusada injustamente é algo inimaginável",…
Será que você é capaz de montar o complexo quebra-cabeça psicológico deste filme?
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