Amizades abusivas existem sim (saiba como identificá-las)

Por Gabrielle Souza

Temos lido muitos relatos sobre relacionamentos abusivos amorosos/sexuais. Sobre mulheres que conseguem romper com essas relações tóxicas em prol do seu bem-estar e saúde mental. Porém, o relacionamento amoroso/sexual abusivo é apenas um tipo. É possível ter um relacionamento abusivo no trabalho, na família, e até mesmo entre os seus amigos de longa data.

Precisamos falar sobre amizades abusivas

A amizade é um dos vínculos mais fortes que estabelecemos ao longo da vida – às vezes, mais forte até do que com a nossa própria familia. Porém, quantas amizades você já teve que te puseram para baixo? Amizades que não te apoiaram quando foi preciso ou que te destrataram? Todas nós, em algum momento, passamos por isso, mas de fato só percebemos quando nos afastamos dessas pessoas. E por isso é tão importante que falemos sobre a amizade abusiva.

Assim como muitos não veem ou não percebem que estão no relacionamento amoroso/sexual abusivo, somente notamos a toxicidade de uma amizade quando nos decepcionamos de tal forma – ou quando temos um abrir de olhos tão grande – que não dá mais para ignorar.

Como identificar uma amizade abusiva

Como perceber que você está numa amizade abusiva? Bem, primeiro de tudo, é quando você precisa implorar atenção. Uma amizade sincera não é aquela em que se pede migalhas. É uma entrega total, um pouco como em um relacionamento amoroso, em que você deseja ser bem quista, ouvida, assim como você deve ouvir a amiguinha. Se for para falar com paredes, é melhor ficar sozinha.

Falta de diálogo e de empatia

Sim, o diálogo é importantíssimo. Assim como em um relacionamento amoroso, falar e ser ouvido é uma das coisas mais gratificantes que existem, porque a sensação que dá é que se é querida, que você tem a atenção plena dessa pessoa porque ela gosta de você, quer saber o que você tem a dizer e vice-versa. E isso cria empatia, que é a base de qualquer relacionamento, seja ele amoroso, de trabalho, familiar ou de amizade! Você se põe no lugar do outro e entende suas necessidades, e isso é ser amigo.

Falta de parceria

Se o seu amigo faz tudo ser sobre ele, desculpa então não é seu amigo. Assim como um relacionamento amoroso, são duas ou mais pessoas juntas, numa caminhada de mãos dadas. Ambos têm que estar ali um pelo outro, para dar o seu total apoio, escutar, chorar, celebrar, confortar, em uma via de mão dupla. Não é como se o seu amigo fosse o sol e você tem que ficar “gravitando” em seu entorno, e vice-versa.

Como a amizade é parceria, também não seja a pessoa que diminui a felicidade dos seus amigos. Pelo contrário, celebre-a com eles! Você foi escolhida para saber dessa notícia, seja ela boa ou não, então ouça-a e trate-a devidamente. É boa? Não? Pouco importa. Não faça da felicidade alheia o trampolim para diminuir alguém. Ninguém ganha com isso, e ainda há a chance de se perder um amigo.

Aprenda a ceder

Existe uma diferença entre ceder porque não vale a pena, e ceder para agradar. O primeiro tipo é ser mais sábio, é escolher suas brigas e pelo que vale a pena brigar. O segundo é simplesmente você se anular em prol de alguém que não te quer bem, seja porque a pessoa é tão difícil de lidar que é ou do jeito dela ou jeito nenhum ou pelo medo de ficar sozinho. Porque no final quem não se agrada é você mesma, e isso sim é errado. O objetivo é ser feliz juntos, em equilíbrio. Uma ponta da balança mais alta que a outra dificilmente é a resposta.

TEXTO ORIGINAL DE LADO M






Informações e dicas sobre Psicologia nos seus vários campos de atuação.