Nesta quarta-feira, a ex-modelo Andressa Urach, de 34 anos, fez uma live para falar sobre seu transtorno de personalidade borderline. Bastante abalada, ela associou a decepção com a religião à volta dos sintomas do transtorno.
“Hoje estou bem triste, com vontade de chorar, e o domínio próprio é algo bem difícil para o borderliner. Durante muitos anos eu resisti ao tratamento médico e tinha uma fé burra, achava que poderia ser demônio. Minha mãe e meu marido não aceitavam minha doença. Eu passei seis anos na igreja, e passei por uma decepção muito grande com eles. Foi muito difícil pra mim porque eu amava. Sabe quando algo é sua razão de viver? Essa ruptura, esse mal que aconteceu, quase me levou à loucura”, disse ela.
Andressa, que está grávida do seu segundo filho, também contou que o transtorno acarretou problemas em suas relações familiares. “Isso trouxe muitos problemas para o meu casamento também por ser uma pessoa pública. Eu sei que não sou nada, mas muitas pessoas me conhecem, e eu passo por muitos julgamentos. Eu gostaria de não sentir tudo isso. Gostaria, de verdade, do fundo do meu coração, ser uma pessoa normal, mas não sou”, completou.
A ex-modelo também abordou o seu processo de entendimento de que transtornos podem ser físicos e não apenas “espirituais”, como acreditou ao longo dos seis anos em que frequentou a igreja.
“Eu me entreguei demais, e tudo que é demais é ruim na nossa vida. Precisa ter equilíbrio. Eu mergulhei no fanatismo da religião e me excluí do mundo. Tinha tanto medo de pecar contra Deus. Tinha medo de ir ao médico porque muitas vezes a gente é orientado que alguns problemas e doenças são demônios. Eu sei que existe o mundo espiritual, acretido nisso, mas nem tudo são espíritos. Tem coisa que realmente é o nosso corpo, nosso organismo e nossas células. Eu sofria esse preconceito, tinha medo de explodir com as pessoas e dar mau testemunho. Eu continuo amando Jesus e acredito em milagres, mas nem sempre eles acontecem. Algumas pessoas pedem e não recebem. Então não é adequado não tomar medicação, não é uma fé inteligente colocar a saúde em risco”, reforça.
Urach finalizou seu desabafo revelando que temia punições divinas devido ao seu transtorno. “Tudo isso, quando a pessoa tá na igreja, pensam que é demônio. Deixa a pessoa pior ainda, como se você nunca fosse bom o suficiente para alcançar Deus. A gente é taxado como endemoniado e louco. Fiquei por muito tempo com medo de Deus me castigar por ser assim, ter um turbilhão de emoções. Nem o Senhor Jesus coloca esse fardo sobre e gente. Me afastei de amigos, de pessoas que eu amava. Não conversava com mais ninguém a não ser pessoas de dentro da igreja. Não ouvia mais música, não via mais TV, não vivia mais. Minha vida era só Bíblia e ir para a igreja porque tinha muito medo de Deus”, concluiu.
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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de Revista Quem.
Fotos: Reprodução/YouTube.
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