Quem nunca caiu nos “buracos” pelo caminho alguma vez na vida? É, todos nós caímos em alguns momentos, não é mesmo? Os buracos podem ser de diversas ordens como questões de saúde, ou financeiras, ou e relacionamentos afetivos… “buracos para cair” não faltam na jornada da vida humana.
Mas quando se está lá dentro a pergunta que não cala é “como sair do buraco?” Se você já esteve lá alguma(s) vez(es) deve se lembrar que parece impossível sair. É como se não houvesse futuro! Então, eu lhe convido para assistir este vídeo e refletir sobre ele comigo.
Veja:
Para sair do buraco precisamos ouvir nossa voz interior.
Você ouve a sua ou confia mais quando alguém lhe mostra o caminho que deve seguir?
Conheci a metáfora do Sapinho há uns 10 anos em um curso que fiz. Outro dia lembrei dele e como a vida é cheia de sincronicidade (e Google sabe até o que a gente pensa, rs.) este vídeo apareceu como sugestão para mim no Youtube. Achei tão rico de significados que resolvi partilhar com vocês o vídeo e algumas reflexões sobre ele. Afinal, quem nunca caiu em um buraco?
Estar em um grupo não é trilhar os mesmos passos no caminho
Assim como no vídeo, nós caminhamos juntos em nossos grupos (família, amigos, colegas de trabalho e todas as pessoas que nos acompanham em nossa jornada). Mas em certos momentos algumas pessoas do grupo (inclusive a gente) acabam caindo nos diversos buracos pelo caminho (doenças físicas ou psíquicas como infartos, AVC, acidentes dos mais diversos, depressões, fim de relacionamentos, desemprego…).
Então é importante perceber que estar em grupo não garante que todos caminhem da mesma forma, cada um vai seguir a “caminhada” de forma individual e única. Quando alguém que está ao seu lado cair em um buraco, tenha paciência e lembre-se disto. Se puder ajudar, ajude! Se não puder, por favor, não julgue esta pessoa por estar em um buraco. Estar ali já é ruim o suficiente, acredite! E lembre-se: isto vale para qualquer pessoas, inclusive para você! Se for você a cair, aja com a mesma paciência e respeito, entenda que faz parte do seu caminho.
Quando se está dentro do buraco é que se sabe como é estar lá!
Pois é, ouço com frequência está frase no consultório. Isto significa que é comum que as pessoas não sintam que os outros do grupo tenham empatia por elas nestes momentos.
Quando alguém cai no “tal buraco” acaba impactando todo o grupo. Então, esta afirmação não deixa de ser verdade. É comum que os outros não entendam o que aquela pessoa está passando, assim como os sapinhos que estavam do lado de fora não sabiam muito bem como era é estar lá embaixo e criavam as soluções a partir de seus pontos de vista e experiências pessoais. Mas o outro lado da história é que muitas vezes estas pessoas não sabem o que fazer para ajudar.
Elas tentam aconselhar com os recursos que têm, ou seja, de seus pontos de vista e quem está no “buraco” já está tão ferido e com tanto medo de não conseguir sair de lá que a comunicação vai se tornando a cada dia mais complicada entre os dois lados. Então a tentativa de ajuda, somada a falta de viver a experiência de quem está “do lado de fora” pode parecer um ataque. Com isto, o espaço do grupo acaba se tornando um campo de batalha.
Com os sapinhos foi assim, os que estavam do lado de fora falavam para que os outros esperassem a chuva para sair do buraco, mas não podiam imaginar o quanto seria ruim ficar lá parado esperando que isto acontecesse.
O recurso para sair do buraco está em você. Você não precisa esperar pela chuva!
Que esperto o sapinho surdo, hein? Ele sabia que dentro dele estava todo o recurso que precisava para sair daquela situação. Claro, ele não ouvia a sugestão dos outros, afinal ele era surdo. Mas ele acreditou em si e tentou até conseguir. O outro sapinho também conseguiu depois dele. Pois é, o outro sapo aceitou as sugestões para esperar a chuva. Isto é esperar que algo do mundo externo acontecesse para que pudesse sair do buraco. Claro, seria uma opção, mas demoraria muito mais tempo e implicaria em muitas coisas ficar ali esperando.
Acredite: dentro de nós temos os TODOS os recursos necessários para nos superar e saímos de qualquer buraco que surja no caminho.
Cada um sabe qual é o tempo que necessita para sair do buraco.
Cada um de nós é sua própria medida! Não há algo que funcione do mesmo jeito para todos, nem mesmo o tempo para enfrentar uma situação parecida é o mesmo. Somos individuais e únicos vivendo em coletividade. Para uns esperar a chuva cair e encher o buraco pode ser uma boa opção porque este tempo pode ser usado para refletir e elaborar coisas da vida. Já para outras pessoas, a espera pode ser apavorante e é necessário buscar uma maneira de sair imediatamente. Então para cada um o tempo que se passa “no buraco” tem um significado e cada qual saberá seu tempo de sair de lá”.
Não dê ouvidos ideias negativas. Ouça a sua voz interior e mantenha-se firme em seu objetivo
O Sapinho surdo é uma metáfora para nos fazer refletir essencialmente sobre a nossa conexão com nosso mundo interior.
Quantas vezes ignoramos a nossa intuição para dar ouvidos aos outros? Sem dúvidas quando fazemos isso o arrependimento é quase certo, não é mesmo? Mantenha-se focado em seus objetivos, conecte-se com sua voz interior e siga sem priorizar os que dizem que “não dá” ou que “é impossível”. Afinal, segundo o dicionário, o prefixo “in” pode ser um elemento designativo de negação, mas também indica lugar, movimento para dentro. Então o impossível pode ser aquilo que é possível internamente!
Nem sempre o que foi dito é o mesmo que foi ouvido!
Sabemos o que falamos, mas nem sempre o que o outro escutou, não é mesmo?
A comunicação verbal passa por fatores biológicos, ambientais e também emocionais. Para que seja eficaz é necessário que as pessoas estejam em sintonia, que as duas possam falar e ouvir; que o ambiente seja favorável para não interferir na comunicação. E, por fim, levar em conta o estado emocional do receptor da mensagem é muito importante para a a comunicação ter sucesso.
Se uma pessoa está chateada, ferida, passando pelos “buracos” da vida, é possível que ela interprete a fala de acordo com seus conteúdos emocionais, isto é o que chamamos de projeções. Veja o sapinho por exemplo, ele projetou no grupo toda sua força de incentivo para sair do buraco. Neste caso a projeção foi positiva, o ajudou no final. Mas, nem sempre é assim.
É possível que aspectos mais sombrios sejam projetados no grupo e que a pessoa que esteja no “buraco” interprete de forma negativa o que ouve do grupo, mesmo quando estes têm a intenção de ajudar. Se uma pessoa se sente incapaz de sair do buraco é possível que ela entenda que o grupo não acredita na capacidade dela de sair, responsabilizando o grupo ela perde a oportunidade de conhecer que este é um sentimento dela e que sentimentos podem ser experimentados de outras formas, medos podem ser superados.
Então, esteja você dentro ou fora do buraco, sempre tente compreender o que o outro lhe disse com tranquilidade, ainda mais se lhe causar muita irritação. Afinal, como disse C. G. Jung “Tudo aquilo que nos incomoda no outro pode nos levar a uma profunda compreensão sobre nós mesmos “.
Esta animação nos mostra ainda que:
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