Quando somos crianças, nossa imaginação nos diz que podemos ser qualquer coisa que quisermos. Enquanto o dinheiro não existe, queremos ser tudo e coisa nenhuma ao mesmo tempo: paleontólogos, astronautas, caminhoneiros, desenhistas, músicos, bombeiros, tudo ao mesmo tempo e nada disso – e isso não importa. No entanto, chegamos à escola, e aprendemos que podemos ser… três coisas – e olhe lá.
A maneira com que as instituições de ensino e trabalho drenam as cores de nossa criatividade e espírito e impõem sobre nós uma única maneira de viver a vida é o tema do premiado curta-metragem de animação Alike (Semelhante, em tradução livre).
Dirigido pelos animadores espanhóis Daniel Martinez Lara e Rafa Cano Méndez, Alike nos lembra em 7 minutos o que acontece com nossas vidas quando a imaginação e a criatividade são drenadas de nós através do trabalho, da escola, e principalmente da necessidade (que nos é imposta como obrigação) de reproduzirmos a maneira de viver e agir de todos, rumo a uma vida cinza e mecânica.
O filme também fala de paternidade, pela importância de permitir que as crianças descubram e construam seu próprio caminho, sem que o dinheiro, as cobranças sociais e profissionais sejam a pauta dessa vida que está começando desde seu início. Muitas coisas que nos são passadas como se fossem verdadeiras regras naturais são, em verdade, simplesmente padrões e cobranças que nós reproduzimos, mas que podemos subverter – e assim devolver as cores à nossa vida.
Melancólico e, ao mesmo tempo, cheio de esperança, Alike nos relembra tudo que podemos ser – que podemos ser tudo, sempre, não importa nossa idade, cidade ou saudade.
TEXTO ORIGINAL DE HYPENESS
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