A anorexia é um distúrbio alimentar grave e pode levar à morte. Quem sofre com o problema nunca acha que está magra o suficiente e praticamente deixa de comer – mesmo que a magreza excessiva esteja evidente no espelho e na balança. “De 1 a 3% da população mundial sofre de anorexia, sendo que 90% são mulheres”, conta Claudia Cozer, endocrinologista e coordenadora do Núcleo de Obesidade e Transtornos Alimentares do Hospital Sírio-Libanês. E as adolescentes que têm o distúrbio encontram na internet um apoio perigoso para ficarem esqueléticas. Elas usam as redes sociais para trocar dicas sobre como enganar pais e médicos e comer cada vez menos. Entenda como isso acontece e fique de olho no comportamento e no corpo da sua filha.
A doença é grave!
“A anorexia deve ser tratada com urgência, pois pode provocar queda de cabelo e da temperatura do corpo, perda de tecidos ósseos e irregularidades cardíacas. Desencadeia, ainda, a interrupção do ciclo menstrual e a infertilidade e, em casos mais graves, a desnutrição pode levar à morte”, alerta Claudia Cozer.
Como acontece o estímulo aos distúrbios alimentares
Algumas meninas que sofrem de anorexia ou bulimia utilizam as redes sociais para desabafar e dividir suas angústias relacionadas ao corpo. Elas acreditam que estão falando com alguém que pode ajudá-las. Mas o que ocorre é exatamente o contrário: as garotas, que nem sabem que estão doentes, são incentivadas a emagrecer ainda mais, trocam sugestões de como driblar a família e até enganar o médico. O que fazer?
“Fique de olho na sua filha. Se notar que ela não quer comer e se preocupa demais com o peso, leve-a ao médico”, orienta Claudia. Também é uma boa checar que tipo de perfil ela anda seguindo no Instagram e no Facebook. Vítimas de distúrbios alimentares ficam tão obcecadas pela magreza que fazem muitos posts a respeito do tema. Se ela acompanha pessoas com essas características, é um alerta.
· Garotas muito magras, anoréxicas ou a um passo de ter a doença postam fotos em seu perfil e recebem comentários de homens, que fazem elogios, e mulheres, que expressam o desejo de ter o corpo como o delas. Ou seja, enquanto elas definham, seus seguidores vibram com sua magreza. Comentários do tipo “casa comigo” e “me passa a receita” são comuns.
· Algumas meninas trocam dicas para enganar os pais e fingir que estão se alimentando bem. “Ensinam, por exemplo, a jogar a comida no guardanapo que está no colo quando ninguém está vendo”, conta a médica. Essas garotas chamam a anorexia de “Ana” e a bulimia de “Mia”. Seus blogs trazem mandamentos absurdos, como “comer é para os fracos, beba água”.
· Em vez de pedir ajuda aos pais, as vítimas da anorexia confiam em quem não deveriam. Há trocas de mensagens do tipo: “Não como há uma semana, e meus pais marcaram uma consulta com o psiquiatra. O que devo fazer?” E recebe a resposta: “Se não tiver outro jeito, vá, mas não conte nada para o médico. Eles não são confiáveis. Se você fizer o que ele mandar, vai engordar”.
O que fazer?
· “Não adianta proibir o uso de internet, pois isso só vai aumentar a angústia e a ansiedade da paciente”, avisa Claudia. O ideal é procurar orientação profissional, caso desconfie que sua filha sofra de um distúrbio alimentar. O tratamento da anorexia exige o acompanhamento de médicos, psicólogos e nutricionistas.
· Observe se sua filha disfarça a magreza usando roupas largas demais.
· Fique atenta se ela se recusar a participar das refeições em casa, sempre dando alguma desculpa.
· Incentive sua filha, desde cedo, a se aceitar como é e a valorizar o próprio corpo. Faça o mesmo: procure melhorar a autoestima e se amar mais.
Anorexia x bulimia
A anorexia é caracterizada pelo medo de engordar. Mesmo quando a paciente está bem abaixo do peso ideal, segue uma dieta extremamente rígida. Come, por exemplo, apenas uma maçã durante todo o dia ou até para de se alimentar.
Já na bulimia a paciente come, mas logo em seguida se sente culpada e apavorada com a possibilidade de ganhar peso.
A saída que encontra é tomar laxantes, provocar vômitos ou praticar exercícios loucamente para continuar magra.
Fonte indicada: M de mulher
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