A ansiedade, juntamente com a depressão, é considerada um dos males do século XXI.
Nunca se usou tanto essa palavra como nas últimas décadas, e só nos resta compreender se ela se encaixa mais na categoria de vilã, ou mocinha, nas nossas vidas. Para isso, precisamos entender o conceito de ansiedade e qual o mecanismo pelo qual ela age em nós.
Ansiedade é um conjunto de sintomas físicos, que ocorrem diante da possibilidade da ocorrência de um perigo, seja ele real ou imaginário, sintomas esses que vão desde desconfortos estomacais e intestinais, até dores de cabeça e sudorese, passando por taquicardia e tremores.
Por que, afinal, ficamos ansiosos?
Herdamos essa condição dos nossos parentes das cavernas, cuja vida era uma constante luta dividida entre a necessidade de se manter vivo e a difícil busca do alimento.
O homem pré-histórico vivia em alerta constante para qualquer eventualidade, e o estímulo do sistema nervoso central fazia com que ele estivesse sempre pronto para a fuga ou para a luta, através da liberação, no organismo, da Noradrenalina, dentre outras substâncias produzidas pelo cérebro.
Hoje já não precisamos mais caçar nossos alimentos (nem ser caçados por eles), mas nem por isso deixamos de nos sentir ansiosos por uma série de “perigos”, nem sempre tão físicos, mas ainda assim temerários, como a possível perda de um emprego ou o rompimento de um relacionamento.
Ocorre que, diferentemente dos nossos ancestrais, que entravam em estado de alerta em situações específicas e, passada a iminência do perigo, tinham suas funções vitais equilibradas novamente, nós vivemos em constante estado de alerta, como se estivéssemos numa montanha russa, tendo picos cada vez mais frequentes e menos distantes de Adrenalina e Cortizol e isso pode, inclusive, desencadear uma Síndrome do Pânico.
Diante do fato de que a ansiedade é sempre a “aposta no negativo”, vem a pergunta: o que podemos fazer para que essa suposta vilã possa assumir o papel de mocinha?
A psicóloga Fernanda Mion, especializada em atendimento a pacientes com ansiedade, diz que “saber diferenciar o que é medo de ansiedade nos possibilita perceber e reconhecer quando este sentimento de ansiedade está agindo. A partir daí, é importante ressignificar os pensamentos de preocupações por novos.”
À medida que formos conhecendo as causas daquilo que nos gera desconforto, conseguiremos nos apropriar de pensamentos e emoções e nos tornaremos senhores de nós mesmos.
Vamos refletir?
Referência Fernanda Mion