Ansiedade: os sentimentos fora de foco, a sensação de que tudo está fora de controle, o pensamento de que tudo é negativo, a tensão constante, o nervosismo, a preocupação excessiva, a agitação, a insônia, o tremor nas pálpebras, a dificuldade de concentração…
Todos estes indicadores podem sugerir ansiedade e constituir um problema se ocorrerem de uma determinada forma e com certa freqüência em uma mesma pessoa. Mas este não é um mal de poucos, e sim de muitos. De fato, cada vez é mais comum em nossa sociedade.
Nesta ocasião vamos ressaltar formas de reconhecer e compreender a ansiedade identificando-a através das sensações que ela gera.
A ansiedade, essa sensação de que o peito encolhe, que nos esgota, que nos bloqueia e nos inquieta, que nos gera um buraco no estômago, que nos deixa imóveis e nos invade. Uma briga estarrecedora de sensações, pensamentos e comportamentos que toma conta tanto a nível psicológico quanto físico.
A ansiedade nos alerta de que devemos atentar para alguma coisa em nossas vidas; ou seja, que alguma coisa está acontecendo e que merece a nossa atenção. Por isso, a princípio precisamos destacar que não é insana em si mesma, ainda que seja negativa.
Em outra ocasião, explicamos como a ansiedade é um monstro que se alimenta de nossa adrenalina e ao qual nós oferecemos, dando-lhe atenção e importância, um suculento manjar. Acontece que quando alguma coisa provoca certo grau de ativação (seja um pensamento, uma visão, uma conduta, etc), a nossa adrenalina começa a ressurgir e o nosso monstro da ansiedade acorda ao sentir ao cheiro da sua comida.
A princípio é positivo pois pode, por exemplo, nos ajudar a não cair de uma escada: contudo, se deixarmos que o monstro não possa adormecer novamente, o que fará é se alimentar da adrenalina que encontrar e, portanto, ficará cada vez maior, consumindo as nossas energias e provocando um intenso temor.
Você está em uma parque de diversões e vê uma montanha-russa que você adora. Com a intenção de aproveitar o momento, entra na fila para comprar o bilhete. O sol esquenta e faz calor, de modo que quando finalmente você consegue o seu bilhete, já está cansado.
Mas isso não importa, afinal você está em um parque de diversões! Então você se senta no vagão e se propõe a se divertir. Contudo, de repente, um operário vestido de palhaço dá uma vassourada na sua cabeça que deixa você com uma dor intensa. Isso desanima você mais ainda.
Para arrematar a situação, o seu vagão dá um giro rápido de 360º, e o que no início seria uma diversão, já não parece tão bom assim. Os seus pensamentos se debatem, rodam e rodam. Você não consegue parar e a tensão é contínua e você sente que o seu coração vai parar a qualquer momento. Você sobe e desce, passa por um túnel escuro várias vezes, perde o controle e o seu estômago está de ponta cabeça.
Você tem vontade de descer, mas não tem jeito de fazer isso. Você grita, chora, xinga, engole saliva e sente o seu coração palpitar fortemente. Contudo, ninguém pode ajudá-lo a sair dessa situação, todos os esforços são inúteis.
Finalmente a viagem termina. Você sai dali entorpecido com o medo intenso, sem poder pensar com clareza, profundamente esgotado e com a sensação de ter sido remexido por uma escavadora.
Sentir ansiedade é como subir em uma montanha-russa e a viagem não ser divertida.Você sabe que tanto a viagem quanto o ataque vão acabar cedo ou tarde, sabe que tem um pico de altura e que a partir dali só pode reduzir a intensidade. Contudo, passa muito mal, incomoda em excesso, e faz você se sentir como em uma nuvem tempestuosa que o despoja dos seus pertences e inclusive da sua identidade.
Se em algum momento você sofrer de “ataques de ansiedade ou pânico” é bom ter em mente esta metáfora. Ou seja, é muito importante lembrar que, quando aparecer, sumirá por si mesma como fumaça pela porta por onde entrou, pois é somente uma questão de tempo.
Imagem de capa: Shutterstock/aijiro
TEXTO ORIGINAL DE A MENTE É MARAVILHOSA
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