Por Duda Ventura
Um dos principais problemas que vemos na sociedade atual é a ansiedade, a pressa, a falta de paciência em esperar algo acontecer. Isso trás muitas consequências negativas para a vida das pessoas e quando falamos em ter resultados com os treinos e dieta isso não é diferente.
Segundo a neuropsicóloga Nádia Urankar a demanda queixosa relacionada a sintomas de ansiedade vem crescendo a cada a dia, são inúmeros casos onde o paciente não reconhece os sentimentos e comportamentos decorrentes, como por exemplo uma sensação de aperto no peito, tremores, presença de pensamentos negativos, preocupação ou medo, entre outros.
Nádia define a ansiedade como uma sensação ou sentimento decorrente da excessiva excitação do Sistema Nervoso Central decorrente de uma descarga de Noradrenalina que é um neurotransmissor. A partir do momento que o SNC interpreta determinada situação como de perigo, ele reage ao que foi percebido, seja esse perigo real ou não, interno ou externo. Essa reação atua como um “aviso”, um alerta que nosso corpo emite de que algo não vai bem, e assim nos deixa prontos para encarar momentos de sofrimento, de risco físico ou mental, visando nossa preservação, é instintivo.
Os sintomas físicos mais comuns são; insônia, palpitações, taquicardia, boca seca, tensão muscular, sudorese, sensação de vazio no estômago, disfunções intestinais, manifestados em percepção de perigo real ou imaginário. Já os sintomas que aqui chamaremos de emocionais, são; medo intenso, preocupação, apreensões, desistência, pensamento negativo, perda da autoestima, entre outros.
Nesse sentido, a ciência já comprovou que a atividade física é benéfica no combate à ansiedade, pois na prática dos exercícios outros hormônios são liberados e pós-prática percebemos a ocorrência de um relaxamento natural físico e mental. Porém não é incomum que algumas pessoas se sintam com mais ansiedade pós-exercício.
Isso porque alguns sintomas que essas pessoas sentem pós-exercício físicos, podem ser interpretados pelo cérebro como sintomas de ansiedade, como por exemplo, a falta de ar causada por alguns exercícios, o aumento do ritmo cardíaco, aumento do suor, fadiga, e outros mais. Para o cérebro pode ser indistinguível dos sintomas causados pela ansiedade, consequentemente pode vir a ser um gatilho de ansiedade e pensamentos ansiosos, causando o que chamamos de reação de ansiedade secundária.
Para Nádia a palavra chave para um rendimento desportivo satisfatório é equilíbrio, em todos os aspectos envolvidos, seja na alimentação, no treinamento, e demais. Viver em equilíbrio é a saída para se viver mais e melhor. Treinos pesados podem fazer com que o corpo produza um excesso de adrenalina, que podem persistir no corpo durante horas após o exercício, aumentando a adrenalina em relação ao esforço despendido durante o exercício pode-se desencadear ansiedade.
No entanto, a ansiedade nem sempre significará piora no rendimento esportivo, pois quando existe uma quantidade favorável, ela passa a ser uma ótima aliada para o desenvolvimento do atleta. Quando atinge níveis satisfatórios de adrenalina, cortisol e outros hormônios, podem influenciar positivamente no rendimento e no resultado.
Os aspectos positivos da ansiedade é que nos colocam em estado de alerta, acelerando nosso organismo, enrijecendo nossos músculos, e assim, proporcionando movimentos mais rápidos, com mais atenção e foco definido. Para isso, o atleta precisará reconhecer os primeiros sinais, para dispor e utilizar de técnicas que redirecionem essa ansiedade a seu favor, alcançando seus objetivos, revertendo a ação a favor de si, melhorando seu desempenho e resultados.
E é nesse sentido que a psicologia do esporte vem crescendo, pois atuará como facilitadora no processo junto ao atleta, dispondo de técnicas e apresentando um novo cenário, diante das queixas e limitações que nós mesmos criamos a partir de nossas interpretações. Lembrando sempre que os vilões de hoje podem se tornar nossos grandes aliados do amanhã. Contudo, Nádia alerta que devemos lembrar, que entendemos em clínica, sintomas ansiosos como normais e passageiros, no entanto, podem ser considerados patológicos sim.
Porém, somente se considera patológico o comportamento ansioso que leva o indivíduo a ser incapaz de realizar as tarefas do dia a dia, ou causando incapacitação, alteração no rendimento, com oscilações significativas, mudanças de comportamento e/ou sofrimento excessivo.
Nesses casos o indivíduo necessitará de um auxílio como por exemplo, terapia, acompanhamento medicinal, entre outros.
*Envie dúvidas, perguntas e sugestões de temas para casalfit@tvintegração.com.br NÁDIA AKL URANKAR – (nadiaurankar) Neuropsicóloga Contato: nadianeuropsicologa@gmail.com / (32) 98433-1045
Imagem de capa: Shutterstock/Chutima Chaochaiya
TEXTO ORIGINAL DE G1
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