Um estudo comprovou algo que muitas pessoas já sabem na prática: Correr é a atividade física que tem o maior efeito no aumento da expectativa de vida. Para tal conclusão, foi necessário reunir várias pesquisas sobre exercício e falecimento precoce.
Revisando as informações de uma pesquisa do Instituto Cooper, nos Estados Unidos, os cientistas constataram que os corredores tendem a viver aproximadamente três anos a mais do que aqueles que não praticam esse esporte – mesmo que seja uma atividade esporádica ou que eles fumem, bebam álcool ou estejam acima do peso ideal. Nenhuma outra forma de exercício mostrou um efeito tão claro na vida útil das pessoas, como mostra reportagem de Phys Ed no New York Times.
Outra descoberta importante dos cientistas foi que que até mesmo cinco minutos de corrida diária já garantem uma vida mais prolongada.
Segundo Duck-chul Lee, professor de Cinesiologia na Universidade estadual de Iowa e coautor do estudo, estatísticas mostraram que o ato de correr traz um retorno muito maior de tempo para a vida das pessoas do que as horas consumidas pelo exercício. Partindo de duas horas de treinamento semanais – a média reportada pelos participantes do estudo –, os pesquisadores acreditam que um corredor gastaria menos de seis meses correndo durante um período de 40 anos, mas poderia contar com um aumento na expectativa de vida de 3,2 anos, ou seja, um “ganho” de 2,8 anos.
A conclusão final é a de que uma hora de corrida alonga a expectativa de vida em sete horas.
A descoberta segue-se à revisão de um estudo realizado há três anos, que envolveu os efeitos do exercício no ser humano. Realizado pelo Instituto Cooper, em Dallas, Texas, os cientistas se propuseram a verificar e cruzar dados para responder a questões de atletas. Correr só traz benefícios? Correr demais pode trazer danos? Outras atividades, como caminhadas e andar de bicicleta, trazem os mesmos benefícios da corrida na redução de riscos de mortalidade?
A revisão acabou reforçando conclusões de pesquisas anteriores. Os dados indicam que, seja qual for a distância ou a velocidade, correr diminui o risco de morte prematura em quase 40% – um benefício que se manteve até em casos em que o corredor fumava, bebia álcool e tinha um histórico de problemas de saúde, como hipertensão ou obesidade.
Com os números em mãos, os cientistas determinaram que se todo não-corredor do mesmo estudo decidisse praticar o esporte a partir de agora, haveria 16% menos mortes no total, e 25% menos ataques cardíacos fatais. (Vale dizer que a maioria dos participantes do estudo era composta por caucasianos de classe média)
Para o professor Lee, não adianta alguém sair correndo por anos seguidos, no estilo Forrest Gump, achando que vai viver para sempre. “Correr não torna ninguém imortal”, diz o cientista. Os ganhos na vida útil atingem um máximo de três anos a mais, não importa o tempo que se passe correndo na vida.
Para os adeptos das corridas longas que acumulam quilômetros de passadas em suas vidas, a boa notícia é que não há um efeito negativo que seja visível. Correr muito não faz alguém viver para sempre, mas também não encurta a vida de ninguém. O aumento na expectativa de vida atinge seu ponto máximo quando as pessoas correm quatro horas por semana.
Outros tipos de exercício também revelaram benefícios para o quesito longevidade, mas não na mesma proporção que a corrida. Caminhar, andar de bicicleta e praticar outras atividades que exijam o mesmo nível de esforço do corpo, só conseguiam diminuir o risco de morte prematura em cerca de 12%.
O que os cientistas não conseguiram determinar é por que correr é tão eficaz contra a mortalidade. Segundo Lee, a causa poderia estar no seu combate a tantos riscos comuns para morte prematura, incluindo pressão alta e acúmulo de gordura, principalmente na cintura. Correr também promove o aumento no preparo aeróbico, que é um dos indicadores mais conhecidos de saúde no longo prazo.
É importante lembrar que as conclusões desta revisão de estudos são associáveis. “Os corredores normalmente levam uma vida mais saudável”, diz Lee. “E esse estilo de vida pode ter um peso maior na busca pela longevidade”.
O fato principal permanece; correr realmente acrescenta anos às nossas vidas.
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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de Época Negócios.
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