Muitos são os fatores que nos causam estresse no dia a dia, porém o estresse ocupacional está relacionado ao ambiente de trabalho. O trabalho que dignifica o homem e que auxilia na nossa identidade de papel, pode não ser tão satisfatório assim como algumas pessoas pensam. Pois bem, será que o estresse ocupacional é proveniente somente do trabalho? Ou será que o estresse é um problema de natureza perceptiva, em decorrência da falta da capacidade de lidar com o ambiente de trabalho e suas pressões diárias?

É cada vez mais difícil decidir o que causa o estresse ocupacional, porém ele ainda é visto como proveniente dos agentes estressores do trabalho, ou seja falta de qualidade de vida, pressão que o líder exerce, suportes organizacionais (olhar gerencial, supervisão, plano de carreira), organização do trabalho, significado do trabalho, entre outros fatores. Estes fatores podem agredir a saúde física e psicológica do trabalhador, principalmente quando ele não possui voz ativa no trabalho e quando ele não conhece o significado do seu trabalho perante a sociedade.

Um dos fatores mais alarmantes hoje é saber lidar com pessoas, tanto para o líder quanto para o colaborador saber lidar com pessoas é tarefa árdua. Este fator é perceptível pois, na nossa vida lidar com pessoas independentemente do âmbito onde estamos é desafiador. Estamos em constante contato com a personalidade, os valores culturais, morais, religiosos e em alguns casos esta diferença afeta o relacionamento interpessoal, principalmente quando o nosso pensamento não condiz com o pensamento do outro. A modernidade por vez nos impõe a individualidade na medida em que passamos mais tempos conectados ao ambiente virtual.

O ambiente virtual nos trouxe ganhos poderosos, porém nos enrijeceu em relação à troca de calor humano. É mais fácil, rápido e cômodo mandar uma mensagem ou um áudio. No ambiente de trabalho, isso é refletido quando o líder não procura conhecer seus colaboradores permanecendo em sua zona de conforto. Estes fatores geram no colaborador o estresse ocupacional. Diminuição da eficiência, conflitos interpessoais, desmotivação, absenteísmo, rivalidade, desrespeito, problemas fisiológicos e psicológicos, entre outros são a prova do quanto este estresse pode afetar a vida pessoal e profissional do colaborador.

As doenças ocasionadas pelo estresse conhecidas nos dias atuais são depressão, burnout, hipertensão, disritmias cerebrais, sistema gastrointestinal afetado, sistema muscular e cardiovascular, fadiga, distúrbios do sono… Portanto qual é o caminho? Vários caminhos podem ser tomados, só depende da empresa promover qualidade de vida, olhando para o colaborador, preservando as relações humanas, capacitando líderes para exercer bem a função, analisando a carga horária de trabalho, levando ergonomia física e cognitiva para os setores, ofertando serviços de apoio de saúde por meio de uma equipe multidisciplinar (médicos do trabalho, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos e ergonomistas). E se nada der certo? Mude você!

Nem sempre temos tudo que queremos, mas podemos aprender a cuidar de nós, do nosso físico e do nosso psíquico para ter qualidade de vida e saúde. Procure alimentar-se bem, fazer exercícios, dormir pelo menos oito horas por dia, realizar sempre que possível técnicas de relaxamento do corpo e da mente, se divertir, se autoconhecer, utilizar métodos psicoterapêuticos. Procure avaliar sua vida, seus limites e suas tolerâncias, busque a boa convivência por meio de uma boa comunicação assertiva e procure ser positivo e otimista. Dificuldades sempre vão existir, o mundo perfeito não existe, mas deve existir dentro de você a capacidade de se transformar para o seu bem-estar!

Imagem de capa: Shutterstock/crazystocker

Gabriela Cecarechi

Gabriela Cecarechi é Psicóloga Organizacional e do Trabalho e Coach.

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