Por Valéria Amado
Há quem nunca consiga aprender a meditar. Sua mente não entra em sintonia com essa calma imóvel para praticar uma atenção plena, para adquirir um estado profundo de tranquilidade. No entanto, algo tão fácil como começar a caminhar pode transformar sua vida: levanta o ânimo e sua mente se liberta quase que instantaneamente.
Já falamos aqui que abordagens terapêuticas, como pode ser o caso do mindfulness, não costumam ser úteis para todo mundo. Os adolescentes ou até mesmo pessoas como uma ansiedade elevada ou que sofreram algum tipo de trauma não terminam de alcançar este ponto perfeito de relaxamento para aprender a ser mais conscientes do seu mundo interior através de um estado relaxado.
Quando a mente grita, quando os nossos pensamentos são obsessivos e levamos todas as nossas preocupações aderidas como uma crosta de ferro no nosso ser, existe uma estratégia que quase nunca falha: caminhar. Na verdade, existe algo mágico no simples ato de andar. O movimento do nosso corpo é como o metrônomo que marca uma bússola, um ritmo perfeito em que mais cedo ou mais tarde a própria mente fica harmonizada, formando uma mesma entidade. Uma mesma música.
A cada passo o coração cresce, a respiração se torna profunda, sonora, o cérebro se oxigena e o nosso ser se expande por esses movimentos repetitivos para alcançar seu ponto de equilíbrio. É assim que você toma as rédeas da própria vida através desse exercício físico que combina a meditação.
A seguir oferecemos mais informações sobre o tema. Temos certeza de que serão de grande utilidade.
Quando um psicólogo decide integrar a atenção plena na psicoterapia, ele não busca converter seus clientes em meditadores espirituais habilidosos, nem os convencer a passar seus fins de semana em retiros de silêncio de caráter budista. Nada disso. É um meio para um objetivo, uma ferramenta onde as pessoas possam viver suas vidas com mais equilíbrio e com uma consciência mais ampla.
Mas o mais complexo da meditação é que ela exige responsabilidade e força de vontade. Se já não é fácil isolar o som do nosso ambiente e o barulho das cidades, é ainda mais difícil calar a mente. Por isso é que atualmente aplica-se esta nova abordagem que poderia ser resumida em uma palavra ilustrativa que vem do sânscrito “apranihita“, caminhar sem chegar. Começar a andar sem ter um destino concreto nos permite mais do que nunca desfrutar do simples movimento. Caminhamos pelo simples prazer de caminhar.
A mente humana é quase como um macaco inquieto que fica saltando de galho em galho em uma viagem caótica, nervosa e improdutiva. Quase sem saber como, acabamos perdidos em nossos próprios labirintos. No entanto, se conseguirmos apaziguar esse nervosismo através do ritmo das nossas pernas e de uma respiração que acompanha o ritmo de cada passo, iremos conseguir alcançar este controle consciente dos pensamentos.
Nosso passeio deve ser diário e não durar mais de meia hora. Mas é necessário que o façamos em um espaço natural, tranquilo e que usemos um calçado e uma roupa confortável.
Sua consciência terá se ampliado tanto que o seu ser formará um todo perfeito, em calma e harmonia.
Vamos agora um pouco mais além. Vamos imaginar que, no seu caso, o mindfulness não é útil e você também não consegue aprender a meditar enquanto caminha. O simples fato de sair de casa e andar sem um rumo fixo te distrai, dispersa sua mente e você não consegue encontrar seu ponto de equilíbrio, seu centro, seu ponto de calma.
A mente pode ir em mil direções.
Mas sobre esta bela trilha, caminho em paz.
A cada passo, um vento suave sopra.
A cada passo, se abre uma flor.
Neste caso, podemos iniciar uma prática curiosa e antiga em muitas culturas: percorrer um labirinto. Esta prática ancestral é como visualizar os próprios problemas tatuados no chão para percorrê-los passo a passo enquanto encontramos uma saída. Sabe-se que algumas das formas mais simples de labirintos se encontram na Grécia e tinham como finalidade encontrar um sentido para a própria vida através dos circuitos em espiral.
Era outro tipo de meditação que, nos dias atuais, as pessoas continuam praticando em diversos países. Vamos ver mais alguns fatos sobre o tema:
Quando se chega ao centro ou à “roseta” do labirinto, a pessoa deve descansar e meditar por alguns minutos sobre o trajeto percorrido. O objetivo deste exercício não é encontrar a saída em meio ao emaranhado dos nossos problemas, mas sair fortalecidos pelo aprendizado adquirido durante este processo.
Um exercício curioso que nunca é demais conhecer.
Imagem de capa: Shutterstock/Morakot Kawinchan
TEXTO ORIGINAL DE A MENTE É MARAVILHOSA
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